quarta-feira, 16 de julho de 2014

NÃO VAI TER ECONOMIA

Considerações de Fernando Brito sobre a nova onda do consórcio PIG - setor financeiro.

Menos inflação, mais vendas no comércio. A recessão é um “não vai ter Copa”

16 de julho de 2014 | 10:54 Autor: Fernando Brito
igpnovo
Os sites dizem agora que há uma “surpresa” no mercado.
As vendas do comércio subiram 0,5% em maio (e 4,8% em relação ao mesmo mês de 2013), considerado o volume físico de vendas. Ou seja, a quantidade de produtos.
O “mercado” previa queda de 0,1%, seguindo a redução registrada de março e abril (-0,4%, em ambos).
E a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços – 10, que serve, digamos assim, para a medir a “inflação da Copa”, porque trabalha com os preços coletados entre 11 de junho e 10 de julho, que marcou deflação de 0,56%.
O mesmo índice, nos 30 dias anteriores, havia registrado queda de 0,67%.
Isto é, os preços continuaram caindo, embora em ritmo ligeiramente menor, sobretudo no atacado.
O que se refletiu para uma redução dos aumentos no varejo, que caíram de 0,39% para 0,26%.
Sobretudo no item mais sensível ao povão: a alimentação, que ficou com preços estáveis (0,01% de variação).
O “mercado”, de novo, trabalhava com números muito piores. A previsão feita sexta-feira no Boletim Focus, do Banco Central para o IGP-DI (índice igual a este, apenas com preços coletados 10 dias mais tarde) era de aumento de 0,15% e o que houve foi uma queda quatro vezes maior do que a elevação prevista.
É claro que não falta competência nos nossos bancos e corretoras para estimar taxas, mas sobra-lhes, também, um desejo de ruína econômica que contamina todas as suas previsões.
Evidente  que a economia brasileira não está aquecida, sobretudo nos investimentos (travados pelos juros e pelo terrorismo político-eleitoral) e no consumo popular.
Mas estamos a anos-luz de um processo recessivo como o que os brasileiros tem em sua não tão saudosa memória.
O cenário pintado da “tempestade perfeita” – inflação explodindo, câmbio disparando e contas públicas deterioradas – não se sustenta, ainda que tão recentemente tenha sido pintado diante de nós.

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