quarta-feira, 31 de julho de 2013

INDICADOR DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

A matéria abaixo saiu no Conversa Afiada, tirada do Instituto Lula. Muita coisa tem melhorado neste país, mas falta muito. Tem que aprofundar e acelerar.


DADOS DO IDH POR MUNICÍPIO MOSTRAM ESCALA DAS MUDANÇAS NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS




O Brasil viveu uma radical mudança em qualidade de vida, distribuição de renda e educação entre 2000 e 2010. Os desafios pela frente ainda são grandes, mas as conquistas dos últimos anos mostram que o país caminha no rumo certo. Os dados que referendam essas afirmações estão no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, lançado nesta segunda-feira (29), em Brasília, pelo PNUD, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.


Na semana passada, em Salvador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia falado sobre a importância de reconhecer as conquistas e continuar avançando. “Tem gente querendo fazer com que as pessoas esqueçam o que fizemos nos últimos dez anos”, afirmou Lula no começo de seu discurso em comemoração pelos 10 anos de governo democrático e popular. “Nós temos o direito de reivindicar tudo que falta, mas temos a obrigação de reconhecer tudo que conquistamos”, completou.


O Atlas 2013 mostra que cerca de 74% dos municípios brasileiros (ou 4.122 deles) se encontram nas faixas de Médio e Alto Desenvolvimento Humano. O trabalho pela frente ainda é grande, cerca de 25% deles (ou 1.431 municípios) estão nas faixas de Baixo e Muito Baixo Desenvolvimento Humano. Ainda mais reveladora é a comparação com os dados da série histórica. Em 1991, 99,2% dos municípios brasileiros estavam nas faixas de IDH de Baixo e Muito Baixo desenvolvimento. Em 2000, 71,5% dos municípios, bem mais de dois terços do país, encontrava-se na mesma situação. Dez anos depois, esse número havia baixado para 25,2%, porcentagem menor do que a dos municípios no extremo oposto, de Alto e Muito Alto Desenvolvimento, que faziam 34,7% do país.

Os dados refletem a evolução apresentada pelo IDHM do Brasil nas duas últimas décadas, ao sair da faixa de Muito Baixo (0,493) em 1991 para Alto (0,727) em 2010. Esta evolução sinaliza também que o país está conseguindo, aos poucos, reduzir as disparidades históricas de desenvolvimento humano entre os municípios das regiões Norte e Nordeste e aqueles localizados no Centro-Sul.

Apesar da evolução neste quadro, a análise por regiões mostra que o Nordeste ainda tem a maioria de seus municípios no grupo de Baixo Desenvolvimento Humano (61,3%, ou 1.099 municípios), enquanto no Norte eles somam 40,1% (180 municípios) nesta categoria. Pelos dados atuais, 0,8% dos municípios do Brasil (44 deles) faziam, em 2010, parte da faixa de Muito Alto Desenvolvimento Humano e 33,9% estavam na faixa de Alto Desenvolvimento.

Educação foi o indicador que mais melhorou
O item educação foi o que mais melhorou no acompanhamento do PNUD (128%), mas é também aquele que apresenta menor valor absoluto do IDHM (0,637 em 2010, contra 0,279 em 1991). Pelos dados reajustados, em 1991, apenas três municípios (de um total de 5.565) estavam acima da faixa mais baixa de desenvolvimento humano em educação. Em 2000, a situação havia mudado sensivelmente no Sudeste e no Sul, mas continuava idêntica na maior parte do Brasil. O mapa de 2010 mostra a mudança em todas as regiões do país, puxada principalmente pelo aumento do fluxo escolar de crianças e jovens (156%).

Alguns dados de educação (entre 1991 e 2010):
- População adulta com ensino fundamental concluído passou de 30,1% para 54,9%
- Crianças de 5 a 6 anos frequentando a escola passou de 37,3% para 91,1%
- Jovens de 11 a 13 anos nos anos finais do fundamental passou de 36,8% para 84,9%
- Jovens de 15 a 17 anos com fundamental completo passou de 20% para 57,2%
Porém: 40% dos jovens nesta faixa ainda não têm fundamental completo
- Jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo passou de 13 para 41%
Ou seja: a maioria destes jovens ainda não possui médio completo.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

PONTOS SOBRE A POLÍTICA ATUAL, DE TARSO GENRO



Conversa Afiada republica entrevista do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, à excelente Sul21:

TARSO GENRO: “NÃO SEJAMOS INGÊNUOS. QUEM ESTÁ GANHANDO É O CENTRÃO”



O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, foi um dos raros casos de políticos brasileiros que colocou a cara para bater durante as manifestações de rua que sacudiram o país em junho e julho deste ano. No calor dos protestos, promoveu reuniões, entrevistas coletivas, audiências públicas, convidou os jovens manifestantes para debater e ouviu diretamente, sem nenhum filtro, críticas destes à atuação das forças de segurança e sobre outros problemas relacionados a políticas e serviços públicos. Dentro do PT, suas iniciativas acabaram tendo projeção nacional, diante do ruidoso silêncio que se ouvia então. Foi um dos primeiros a defender a necessidade de uma Constituinte exclusiva, proposta que mais tarde seria abraçada pela presidenta Dilma Rousseff e, rapidamente, bombardeada pelo “Centrão” político que comanda o Congresso Nacional e tem crescente poder inclusive dentro do PT.

Goste-se ou não de suas opiniões, do governador gaúcho não se pode dizer que pecou pela omissão. Entrou em várias bolas divididas e segue entrando. Tarso Genro está preocupado com o que considera ser uma interpretação ingênua por parte de setores da esquerda a respeito das consequências políticas de todo o processo de manifestações até aqui. O desdobramento do debate sobre a Reforma Política no Congresso, a subordinação do PT à lógica Vaccarezza, e a tentativa de desconstituição das conquistas sociais dos últimos 10 anos são alguns dos fatos apontados por Tarso para analisar a conjuntura atual. “O que está ocorrendo agora não é mais um debate sobre normas mais, ou menos, democráticas, mas um debate sobre a correlação de forças no plano da política,  para a aplicação dos princípios que inspiraram a Constituição de 88. E quem está ganhando é o “centrão”, resume.

Tarso Genro expõe assim as suas principais preocupações a respeito do atual momento político no país e sobre as leituras que vêm sendo feitas sobre as manifestações de rua e suas consequências:
“A ingenuidade de uma parte da esquerda meio pollyana”

O que me pasma é uma certa ingenuidade de uma parte da esquerda  meio “pollyana” a respeito das manifestações do início de julho, pela qual confundem  as autênticas manifestações dos estudantes e de certos novos movimento sociais – que aliás já estão na cena pública há mais de duas décadas-  com a instrumentalização que a mídia oposicionista fez do próprio movimento, direcionando-o para dois níveis: primeiro, desgastando as funções públicas do Estado, principalmente nas áreas da saúde e do transporte público das grandes regiões metropolitanas e, segundo, pretendendo “apagar” da memória popular, de forma totalitária, as grande conquistas  dos governos do Presidente Lula, seguidas pelo governo atual da Presidenta Dilma, na base do “gigante acordou”, que tanto deleitou as classes médias mais conservadoras.  Tudo isso veio combinado com um ataque aos partidos e aos políticos em geral, que atingem a própria democracia, que certamente na visão destes conservadores deve ser substituída por um processo “limpo”, de manejos tecnocráticos,  feito por gerentes do capital financeiro.
A histórica campanha da grande mídia contra o Estado 

Na verdade, ocorreram dois movimentos neste processo: um movimento tipicamente eleitoreiro da grande mídia, seguido por algumas redes sociais, preparando o ambiente eleitoral para o próximo ano, e um autêntico movimento popular, insatisfeito pelas limitações das conquistas até agora obtidas, cujo seguimento e  aprofundamento, agora,  só pode ser dado por novos processos de participação popular direta, inclusive para reformar o atrasado sistema político brasileiro, que já é um emperramento para que se aprofundem as conquistas sociais até agora obtidas.

Dou o exemplo da saúde pública. Quem não sabe  que o SUS faz dezenas de milhões de atendimentos às populações mais pobres  e que é uma das grandes conquistas do povo trabalhador do país, que salva milhões e milhões de vidas em cada ano?  Pois bem, dezenas de reportagens “contra” este sistema público foram feitas precisamente no momento em que os planos privados, que eram apontados como a grande saída pelos neoliberais, entraram  numa crise profunda, que ficou totalmente subsumida nos noticiários, pois o “problema”, para esta mídia,  era o Estado, não o mundo privado.
Há luta ideológica sobre a saúde pública

Ambos, certamente, estavam e estão subfinanciados e  o nosso SUS precisa ser muito melhorado. Mas o que foi escondido  -nestes ataques ao  sistema de saúde pública no Brasil-   é que ele é, predominantemente bom para o povo e que o  privatismo  não resolveu a questão nem para a classe média que paga religiosamente os seus planos.  A direita, na verdade, se propôs a uma luta ideológica, sobre a questão da saúde no Brasil, manipulando a informação,  e a esquerda e os governos se recusaram a fazê-la. As lideranças de esquerda em geral, com algumas exceções honrosas, manifestaram-se “encantadas” com os movimentos, como se eles fossem uniformemente “autênticos”, não manipulados, o que não é verdade. Basta ver que quando eles saíram da domesticação induzida passaram a ser depreciados.
A falência do sistema político atual

O que preocupa não é mais simplesmente a eleição do ano próximo, pois acredito que a Presidenta vai recuperar o seu prestígio,  porque o governo tem bala na agulha. O  que me  preocupa é o grau de governabilidade que qualquer governo terá, no próximo período, em função da falência do sistema político atual, que estimula as alianças fisiológicas que tornam os governos reféns de maiorias artificiais,  e,  em função da incapacidade dos estados e municípios  -sejam eles quais forem-  de responder às demandas populares, por melhor saúde, melhor educação, melhor transporte, em função de duas coisas: as desonerações que sacrificam as nossas arrecadações,  através da redução dos valores do Fundo de Participação dos Estados e dos Fundo de Participação dos Municípios, e em função das dívidas do Estados,  que não param de crescer  e impedem  que se obtenha novos financiamentos para obras de infraestrutura, por  exemplo
A tarefa estratégica para um governo de esquerda

Reagir contra a “desindustrialização” do país e reforçar a capacidade de resposta dos Estados e Municípios -principalmente os que governam com  participação popular-   no próximo período é, na minha opinião, a principal tarefa estratégica de um governo democrático de esquerda, pois ,como parece que não haverá reforma política nem reforma tributária, a estabilidade política dos governos só pode ser moldada através de “remendos” no pacto federativo, mais no âmbito da política do que âmbito de reformas na legalidade vigente.
“Quem está ganhando é o centrão”

Que me perdoem os estetas da democracia formal, mas o que está ocorrendo agora não é mais um debate sobre “normas” mais, ou menos, democráticas, mas um debate sobre a correlação de forças no plano da política,  para a aplicação dos princípios que inspiraram a Constituição de 88. E quem está ganhando é o “centrão”,  ou seja, as mudanças que eles toleram já chegaram ao seu limite. Agora, para eles, é conservar e acalmar a plebe. Para nós deve ser mais igualdade, o que significa reforma tributária, reforma política, democratização dos meios de comunicação e mais combate às desigualdades sociais e regionais. Que tal encarar um imposto sobre  as grandes fortunas e um bom CPMF, para Transportes e Saúde?

sexta-feira, 26 de julho de 2013

CELSO AMORIM

Ele é um certamente um falso modesto. Mas tem virtudes que eu aprecio enormemente, e tem razão de se orgulhar do que tem feito. Li em algum lugar que ele pode ter sido o melhor ministro de relações exteriores da história. Não conheço a história da diplomacia brasileira, mas estou inclinado a concordar. Estou lendo o mais recente livro de Amorim, Breves Narrativas Diplomáticas, que segue o anterior, Conversas com Jovens Diplomatas, os dois bem recentes. Recomendo a leitura. 

Este país precisa de mais gente como Celso Amorim. Precisa de servidores públicos que tenham um sentido de Brasil, que podem falhar porque são humanos, mas que ao insistir em usar talento, perspicácia e coragem para defender coisas que falam sobre justiça, igualdade, diferenciam-se dos pigmeus hesitantes, que pensam só no imediato ou dão prioridade aos interesses próprios pessoais e de seus associados. 


Espertamente, Amorim refere-se muito ao seu livro anterior. Vou comprar, ou pegar emprestado. 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

SOBRE O MAIS MÉDICOS

Saiu no Tijolaço. Acho que estas informações falam por si. Lembrando ainda que o programa foi muito bem recebido pela ONU, como é mostrado no jornal GGN, aqui.
(CAS)

Médicos atropelam o corporativismo médico

23 de Jul de 2013 | 21:21
Faltando ainda uma semana para o final das inscrições, o programa “Mais Médicos” registrava, na quinta-feira passada, 13.857 médicos inscritos. Deles, 11.147 (80,5%) se formaram no Brasil e 2.710 no exterior. Por nacionalidade, 12.701 são brasileiros (91,7%) . Apenas 8,3% ( 1.156) são estrangeiros.
Onde está a invasão estrangeira na medicina brasileira?
A prioridade é total aos brasileiros e só haverá chamada de estrangeiros nos municípios para onde não houver inscrição de brasileiros. Sexta-feira será divulgado o número de vagas em cada município inscrito e só na semana que vem, nas vagas sobrantes, haverá a possibilidade de escolha pelos estrangeiros.
Ou seja: só haverá médicos do exterior onde sobrarem vagas que brasileiros não queiram ocupar.
Se há algum problema no programa, de adesão ao programa é a desinformação dos pequenos municípios sobre as condições de adesão.
Dos 1290 municìpios considerados prioritários,  671 (52%) já tinham se inscrito até ontem, apontando as unidades básicas de saúde de suas regiões em que há falta de médicos e assumindo o compromisso de garantir moradia e alimentação aos médicos que, além disso, vão receber uma  bolsa de R$ 10 mil.
Mesmo assim, ontem, no Maranhão – estado brasileiro com menor número de médicos por habitante, apenas 0,7 por mil habitantes – dez profissionais tentaram impedir um encontro promovido pelo Ministério da Saúde para explicar a prefeitos as condições de adesão ao programa.
Eles ficaram de costas para o ministro Alexandre Padilha, enquanto este falava. Não deve ter sido difícil para quem consegue ficar de costas para as pessoas humildes que necessitam de médicos.


Por: Fernando Brito

SAIU NO CONVERSA AFIADA

DILMA SE INCLINA AO NORTE.
À NORTE AMÉRICA

Por que o PT ainda não botou a boca no mundo contra o plim-plim-trim-trim ?

O ansioso blogueiro anda desconfiado

Primeiro, ficou intrigado com a possibilidade de o Governo Dilma renunciar à opção estratégica do Presidente Lula e associar o futuro nuclear do país a um acordo com os Estados Unidos:


DILMA VAI AO OBAMA OU À BOEING ?



Como se sabe, não se pode confiar no Obama, como revelou o presidente Lula, que tentou encontrar uma saída diplomática para o programa nuclear do Irã.

Depois, veio a inacreditável entrevista do Rogério Santanna à Carta Capital, que mostra a forma desinibida com que Bernardo trim-trim, o Serjão da Dilma, entregou o ouro à teles:

BERNARDO TRIM-TRIM ENTREGOU A SOBERANIA ÀS TELES



E, nesta terça-feira, a entrevista-denúncia de Sergio Gabrielli, que trabalhou na Petrobras por nove anos – o mais longevo presidente da empresa – e, agora, se mostra desapontado com a opção estratégica para o pré-sal, a maior jazida de petróleo do mundo.:

GABRIELLI E LIBRA: MAIS PARA FHC QUE PARA LULA



A entrevista-denúncia do Gabrielli contém, como não se cansa de mostrar o Tijolaço, uma armadilha embutida.

A opção pelo bônus de assinatura estratosférico – R$ 15 bilhões – para o campo de Libra não é apenas um dreno no caixa da Petrobras.

Mas, provavelmente, um forte incentivo para que a Petrobras seja forçada a se associar – e se render – a investidores estrangeiros.

Seria uma saída para tocar o negocio de explorar o pré-sal de US$ 640 bilhões.

A opção estratégica do Governo, assim, levaria a Petrobras aos braços do investidor estrangeiro, por falta de grana.

O Lula retomou a Petrobrax do Fernando Henrique.

E, agora, a Petrobras volta ao colo dos fernandos henriques – por sufocamento.

A Chevron, a queridinha do Cerra, segundo o WikiLeaks, não tomou o pré-sal do povo brasileiro na eleição, mas pode trancar a Petrobras – e o Brasil – num cofre.

A Chevron conquistaria o pré-sal, legalmente, numa boa, sem precisar do Cerra.

Vai ver que o Adriano Pires – “quando eu crescer quero ser o Adriano Pires” – e o Davizinho, outro especialista da Urubóloga, morrem de rir, por dentro.

Isso tudo pode parecer delírio persecutório.

Cuidado com as “perdas internacionais !”- portanto, coisa de brizolista, como o Fernando Brito do Tijolaço.

Mas, os petistas – que o Brizola chamava de “a UDN de tamanca e macacão” – ainda não deram um suspiro para denunciar o Bernardo plim-plim-trim-trim, ou para defender a Petrobras da maldição do superavit.

O Brasil corre o risco de vender a telefonia, vender o pré-sal e não cumprir a meta do superavit da Urubóloga – sempre muito exigente.

Como disse o Delfim da Privataria Tucana: venderam as joias e endividaram a família !

Amigo navegante, convenhamos: ficou esquisito, não ?



Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 23 de julho de 2013

OS EUA E A POLÍTICA DAS ESCOLHAS BASEADAS EM ÓDIO

O ódio aos negros nos EUA surgiu depois da libertação dos escravos, ao fim da guerra civil daquele país. Antes, a crueldade era exercida de forma econômica e jurídica, pelos proprietários de escravo e pelo Estado.  Manifestou-se também na participação no conluio internacional para esmagar o Haiti, primeiro país das Américas a libertar-se e a libertar seu povo de escravos por uma revolução contra a potência colonial, a França.  Até a libertação, nos EUA como em todos os países escravocratas inclusive o Brasil até 1888, o exercício da propriedade sobre pessoas incluía em grande parte tortura e estupro de escravos e escravas. Eles não eram gente, mas ativos econômicos, “naturalmente” inferiores aos brancos.

O fim da escravidão significou uma supressão, mesmo que pontual, de direito de propriedade, o que foi muito frustrante para os senhores brancos, e para a maioria dos outros brancos, que perdiam uma forma de superioridade.  Na América Latina a prevalência  de agentes do rei e dos barões da terra sempre relativizou o direito de propriedade para as pessoas comuns, mesmo brancas proprietárias de escravos.  Lá, entretanto, propriedade era e é um bem tão ou mais sagrado do que a liberdade e outros dos chamados direitos fundamentais. Isto explica pelo menos em parte as humilhações, constrangimentos, supressão de direitos políticos que todos os negros – homens, mulheres, crianças tem sofrido até o presente. Recentemente, destacam-se o esbulho de eleitores negros das duas eleições de George W. Bush e a povoação preferencial por negros nas prisões estadunidenses. Esses tratamentos discriminatórios, claro,  também existiram  e existem no Brasil, embora de forma mais disfarçada e bem menos carregada de ódio do que lá.

O caso de Cuba, que era parte do “quintal” mais próximo deles, mas deixou de ser um local de desfrute do grande irmão do norte, é similar. Uma revolução retirou o capataz de plantão, o sargento Fulgencio Batista do poder no começo de 1959, com a expropriação de propriedades de seus apoiadores, o que incluiu cidadãos e empresas estadunidenses.  Seguiu-se uma política de atrito com os EUA, que logo passou para conflito aberto. Tudo poderia ter sido resolvido se os revolucionários tivessem cedido aos estadunidenses, ou pelo menos os cubanos se voltassem contra seu novo governo e o derrubassem, atendendo ao chamado dos antigos patrões.  Mas os cubanos não quiseram voltar à situação anterior. Daí o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos até hoje, que conseguiu restringir as opções dos cubanos, acabando por tornar essencial a centralização da economia, devido à extrema escassez  de bens na ilha, causada por esse mesmo bloqueio.  Esse bloqueio afeta a toda a população cubana.

Grupos anticastristas terroristas montados no território dos EUA atuam em Cuba por meio de atentados, com perdas humanas e materiais,  com apoio do governo estadunidense. Quando cinco agentes do governo de Cuba infiltraram-se nesses grupos nos EUA para tratar de frustrar esses atentados e foram presos, foram sentenciados a penas pesadíssimas. Atualmente os EEUU são o único país que insiste em tratar de excluir Cuba de organismos internacionais, e impõe sanções contra cidadãos e empresas estadunidenses e de outros países que ousem comerciar com Cuba. É ou não uma relação de ódio contra outro povo que se libertou deles?

Isto tem a ver com a sangrenta guerra secreta travada em várias partes do mundo por tropas especiais, mercenárias ou não, por novos jihadistas (com preferência aos não filiados à Al Qaeda), e por aeronaves de combate não tripuladas, contra reais ou potenciais inimigos do poder da “América”, que inclui bombardeios com pesadas baixas nas populações civis dos países alvos (represália contra parentes dos combatentes? Submissão de populações pelo terror?), e  que só não são objeto de escândalo mundial porque a mídia corporativa da maior parte dos países relega essas notícias em função das conveniências do império.  


Uma vez, em um trecho congestionado da rodovia Dutra perto de São Paulo, apareceu um homem de terno correndo entre os carros, pedindo para subir na camioneta em que eu estava, para fugir de uns jovens mal encarados que o perseguiam. Presumi que se tratava de um assalto, e pedi que o dono da camioneta permitisse que o homem subisse atrás, para escapar. Ele topou, e como o trânsito logo começou a fluir, os presumidos assaltantes foram deixados para trás. Impressionaram-me os semblantes carregados de ira e ódio dos perseguidores durante a perseguição, até o momento em que ela se frustrou. Lembrei-me desse episódio, ao considerar a fúria do império contra quem se põe no caminho de sua supremacia, que eles pretendem absoluta. Ninguém deve ousar nem mesmo tentar furtar-se a ela. Como tem sucedido com todos os impérios ao longo da história.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

CORRUPÇÃO, NOVAMENTE

Veja a coletânea feita pelo Gato (Carlos E. Magalhães) sobre este palpitante assunto. Note que não se trata de denúncias novas. E daí, que tal tratar dessa questão que subtrai recursos de onde eles são necessários, com a ajuda de administradores públicos e de políticos eleitos, com a profundidade que o povo, ao menos a parte dele ainda não corrompida, merece?
Pessoalmente, gostaria de saber o nome do ex-presidente da CESP envolvido.

Confira... e assista ao vídeo...
Como menciona Elio Gaspari, em artigo publicado na Folha e no O Globo, a corrupção no metrô para o caixa dois do PSDB é antiga.


Em 20 de abril de 2010, a Folha de SP divulgou vídeo antecipando o resultado da 'concorrência' da obra da Linha Lilás do Metrô. 
Alckmin prometeu apurar, mas posteriormente divulgou que a licitação não tinha irregularidades. 


O vídeo da Folha de São Paulo.


A reportagem da Folha de SP na época: 


A reportagem atual da Isto É, a partir das denúncias da Siemens:



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domingo, 21 de julho de 2013

CORRUPÇÃO

Veja esta matéria que saiu no Viomundo. O maior escândalo da história deste país  foram as privatizações. que resultaram em venda, a preços vis, e em grande parte com dinheiro público, de serviços públicos e dos recursos naturais. Dizia-se na época que o Estado era ineficiente, que as tarifas iam baixar, que os serviços iam melhorar em qualidade, que as vendas iriam abater a dívida externa. Os fatos confirmaram o que nós, que nos opúnhamos à privatização como forma de gestão já dizíamos. 

Aloysio Biondi na época com O Brasil Privatizado, e Amaury Ribeiro Jr. mais recentemente com a Privataria Tucana mostraram as contradições e as verdadeiras motivações dos políticos que fizeram essa entrega ao poder financeiro internacional do controle sobre bens e políticas que seriam fundamentais em um processo verdadeiramente autônomo e soberano de desenvolvimento e transformação social. Atualmente, quando a grande imprensa e a mídia insistem em desviar o debate sobre corrupção para uma mesquinha disputa pelo poder pela direita contra a centro-esquerda no poder, continua sendo importante dar o devido nome aos bois, e seguir o rastro do dinheiro.



Amaury Ribeiro Jr.: Documentos das Ilhas Virgens sobre Globo e Fifa comprovam que MPF prevaricou

publicado em 20 de julho de 2013 às 18:37
O procurador José Robalinho Cavalcanti, do 2º ofício criminal do Ministério Público Federal, em Brasília,  foi quem denunciou o jornalista Amaury Ribeiro Jr.
por Conceição Lemes
Nessa quinta-feira 18, a Folha de S. Paulo publicou reportagem assinada por Cátia Seabra e Fernando Mellode, afirmando que:
O Ministério Público denunciou o jornalista Amaury Ribeiro e outras quatro pessoas acusadas de quebras pelo sigilo de pessoas ligadas a José Serra em 2009. A Procuradoria pediu ainda a abertura de inquérito para identificar mentores da ação.
Em 2010, quando Serra enfrentou Dilma Rousseff na corrida pela Presidência, dados sigilosos do ex-ministro tucano Eduardo Jorge foram encontrados num dossiê em posse da equipe da pré-campanha petista. Segundo investigação da PF, o sigilo de Veronica Serra, filha do ex-governador, também foi quebrado.
“Eu não quebrei sigilo de quem quer que seja”, rebate o jornalista Amaury Ribeiro Jr. “Este processo está quatro anos no Ministério Público Federal. Agora, justamente no dia em que recebo do exterior a documentação sobre o processo contra a Rede Globo por sonegação, lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro, utilização de empresas nas Ilhas Virgens Britânicas para pagar à Fifa pelos direitos de transmissão da Copa de 2002, o Ministério Público Federal decide me denunciar.”
“Aliás, essa mesma documentação já havia sido encaminhada ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel”, observa Amaury. “Acho uma coincidência absurda, porque os documentos, que acabo de receber das Ilhas Virgens sobre as movimentações da Globo e da Fifa, comprovam que a cúpula do Ministério Público tucano, ligada a Robalinho, prevaricou feio.”
A denúncia contra Amaury foi feita pelo procurador José Robalinho Cavalcanti, do 2º ofício criminal do Ministério Público Federal, em Brasília.
O  dr. Robalinho é filho do médico Guilherme José Robalinho Cavalcanti, ex-secretário municipal de Saúde de Recife.
Em 2008segundo o JusBrasilo juiz Frederico Koehler, da 2ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco, recebeu ação por  improbidade administrativa contra Guilherme Robalinho devido a irregularidades ocorridas na implantação do Programa Leite é Saúde, que fazia parte de um convênio entre o Município do Recife e a União Federal, com o objetivo de atender aos desnutridos e às gestantes sob risco nutricional.
Em matéria publicada pelo Estadão em 2006, a advogada Marília Cardoso disse que” Guilherme Robalinho foi várias vezes citado em depoimentos de envolvidos na Máfia dos Vampiros. Robalinho, que tinha bom relacionamento com o então ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB), teria um suposto envolvimento com um dos representantes da multinacional suíça Octapharma, Jaisler Jabour, também denunciado na Máfia dos Vampiros, que teria financiado campanhas políticas em Pernambuco”.
“O dr. Robalinho deveria se declarar impedido de atuar no meu caso devido às ligações do pai dele com José Serra, que é alvo das investigações no meu livro. Tenho muitas provas que comprovam a ligação. Vou apresentá-las na minha defesa na hora certa”, afirma Amaury. “Estou pronto para briga. Carregado de munição para implodir a ala tucana que se apoderou do Ministério Público. Não vai sobrar nenhuma pena.”
O premiadíssimo Amaury Ribeiro (que, por precaução, já repassou cópias de todo o material recebido para outras pessoas de sua confiança), acrescenta:
“Se esse procurador queria me expor na mídia para agradar seus amigos, aviso: isso não me atinge mais. Até tiro de traficante já levei. Sou honesto, com  trabalhos prestados à sociedade no combate à injustiça social. E, acima de tudo, um sobrevivente, que sobreviveu com sucesso (200 mil livros vendidos) ao bombardeiro da imprensa canalha nas últimas eleições. Será que ele e seu pai Robalinho têm o mesmo preparo? Vamos ver. A batalha só está recomeçando com uma diferença: estou mais forte, com milhares de brasileiros que me apoiam do fundo de seus corações”.
OS RESULTADOS DOS PROCESSOS DE RUI FALCÃO E JOSÉ SERRA CONTRA AMAURY
A propósito da denúncia do MPF, Amaury Ribeiro Jr. atenta:
1) Como eu havia mencionado em depoimento à Polícia Federal e no Privataria Tucana, a história do grupo de inteligência não foi uma invenção do atual presidente do PT, Rui Falcão, que compilou dados do livro do meu computador (Folha, por favor, não são dados sigilosos).
Esses dados foram entregues à Veja por Falcão e o ex-ministro Antônio Palocci com o propósito de derrubar Fernando Pimentel e Luiz Lanzeta do comando da campanha da então candidata à presidência da República, Dilma Rousseff.
Ruy Falcão me processou. E o que aconteceu? A Justiça julgou que havia provas suficientes que mostravam que eu estava dizendo a verdade.
Em outras palavras, eu tenho agora o aval da Justiça para dizer que o presidente do partido da presidenta do país traiu seus próprios companheiros.
2) O personagem principal do livro Privataria Tucana, José Serra, também entrou com processo na Justiça contra mim por danos morais. Faminto por dinheiro, Serra exigia todos os recursos arrecadados com a venda dos livros. Teve de se contentar com R$ 1.000,00 devido a uma legenda infeliz da publicação. Mas acabou sendo humilhado com a ironia do Juiz, que alegou que Serra não precisava mais de dinheiro, porque já tinha milhões em paraísos fiscais.
3) O caixa de campanha do PSDB, Ricardo Sérgio, também havia se dado mal ao tentar me processar. Além de perder o processo, a Justiça mandou a CPI do Banestado enviar toda papelada que comprova o pagamento de propina do processo de privatização. Diante das sucessivas derrotas, não restou ao PSDB se não entrar com  novo processo em que afirma não ter nenhum vínculo com o ex-piloto dos consórcios das privatizações. Que piada!
4) Em resumo: a Justiça se manifestou várias vezes sobre a fé pública dos documentos publicados noPrivataria Tucana. No entanto, o procurador Robalinho, que teve acesso aos autos, não pediu nenhuma investigação para apurar os crimes praticados pelos tucanos.
Por quê? Isso é respondido por um estudo jurídico elaborado por uma empresa internacional de renome contratada pelo autor, que analisou todas as ações impetradas por Robalinho durante sua passagem pelo Ministério Público Federal. O resultado é uma bomba, que será entregue ao Conselho Nacional do Ministério Público no momento certo.
5) Desde pequeno, tenho a convicção, por defender o mais pobres e injustiçados, que sou protegido por uma força divina. Mais uma vez, essa força está me levando em frente. É vitória em cima de vitória. Estou ansioso para ver o resultado final desse processo e de outros que pretendo mover no futuro. Com paciência, paciência e mais paciência, como aconselhou o pai de meu advogado, meu conterrâneo do Paraná, Adriano Bretas.

sábado, 20 de julho de 2013

CLASSE MÉDIA

Bem lembrado, no site de Luis Nassif. Vale o comentário do Gato:

 "Classe Média", por Max Gonzaga e Banda Marginal é uma canção antiga mas continua extremamente atual... impressiona como uma letra, estilo crônica, consegue pegar o centro da questão... sou classe média e adorei a criação de Max Gonzaga... concordo com tudo... confira, divirta-se e reflita... e clique aqui




sexta-feira, 19 de julho de 2013

SAIU NA CARTA MAIOR - Amir Khair: A importância da gestão



Se não dá para elevar ainda mais a alta carga tributária, resta usar bem os recursos existentes. A primeira providência cabe ao governo federal, que precisa parar de desperdiçar recursos com juros. Mas é preciso olhar também para Estados e municípios, responsáveis em 2011 (último dado disponível) por 64% da despesa não financeira do setor público. Por Amir Khair

Além das críticas ao sistema político, as manifestações nas ruas exigiram melhorias na área social, o que vai exigir mais recursos, obrigando o setor público a trabalhar com maior eficiência e eficácia nas suas despesas.

A reação dos governantes foi, via de regra, argumentar que não teriam recursos suficientes para isso e governadores e prefeitos foram em enxurrada pressionar o governo federal por maiores transferências de recursos. Em certa medida é para livrá-los da responsabilidade de priorizar adequadamente os recursos orçamentários e geri-los eficientemente.

Em artigo anterior sobre os recursos para atender a demanda na área social sugeri três ações: a) redução da Selic, para evitar desperdícios com juros; b) retomar o crescimento econômico, que é a maior fonte para ampliação da arrecadação e; c) gestão dos recursos à disposição dos governantes. Por razões de espaço só tratei dos dois primeiros. Agora trato da gestão.

Antes, porém, vale observar que os recursos adicionais demandados ao governo federal por governadores e prefeitos só podem ser atendidos, mesmo que parcialmente, por mais dívida federal, pois suas contas são historicamente deficitárias ao ter que pagar despesa monumental de juros ao mercado financeiro e ao rentismo, que permite à elite financeira viver de juros. Enquanto a política econômica não se subordinar ao mercado financeiro, pouco se conseguirá. 

Em 2011 foram gastos 5,7% do PIB com juros e o País na comparação internacional só foi ultrapassado pela Islândia, que passa por situação financeira e fiscal delicada.

Ao elevar a dívida, para atender governadores e prefeitos, cresce a despesa com juros do governo federal, reduzindo mais ainda os recursos existentes. É política típica do curto prazo, que domina o País há décadas. Assim, quanto mais passa o tempo pior a situação do setor público, na ciranda de pressão e resposta que vem ocorrendo.

Se não dá para elevar ainda mais a alta carga tributária, que submete a sociedade, especialmente, as camadas de menor renda, resta usar bem os recursos existentes.

A primeira providência para isso compete ao governo federal. Pode deixar de desperdiçar recursos com juros, pois é ele que define a taxa de juros que paga ao mercado.

Para ter noção desse desperdício, o setor público gastou no período 2002/2012 em média 6,3% do PIB com juros, o equivalente hoje a R$ 300 bilhões! Nesse período manteve a Selic entre as mais altas do mundo. Neste ano, apesar do fraco crescimento, e de nenhum país elevar a taxa básica de juros, o Banco Central, mais uma vez na contramão, continua elevando a Selic. Ao seguir nessa direção, por medo do fantasma da inflação, o governo federal dá tiro no próprio pé e perde argumento de falta de recurso.

Os R$ 300 bilhões desperdiçados a cada ano dariam para ter na área social patamares bem superiores de atendimento e qualidade. Os investimentos em infraestrutura teriam permitido desengargalar a situação existente, que é importante trava ao desenvolvimento.

Em segundo lugar em importância, após os juros é a transparência dos gastos. Apesar de ter melhorado a legislação sobre a transparência é quase impossível avaliar como se dão os gastos nos estados, municípios e nos poderes Legislativo e Judiciário. Os tribunais de contas e o Ministério Público não têm funcionado para melhorar essa questão, ficando no controle meramente burocrático de procedimentos.

Com o avanço da transparência será possível avaliar se a despesa com determinada finalidade, está dentro de um padrão considerado satisfatório.

As críticas nas despesas públicas têm sido eminentemente políticas para atacar o governo federal e o PT. Não avaliam despesas de governadores e prefeitos, em parte por dificuldade de obter informações, em parte por falta de competência para isso e, principalmente, pelas razões políticas mencionadas.

Vale destacar que os estados e municípios foram responsáveis em 2011 (último dado disponível!) por 64% da despesa não financeira do setor público, sendo prioritário avaliá-las.

Trato, por razões de espaço, sinteticamente apenas as duas maiores despesas de estados e municípios: pessoal e serviço de terceiros, que representaram em 2011, 60% da despesa total nos estados e 70% nos municípios.

Pessoal – A despesa com pessoal é a maior no setor público. Em 2011 representou 45,4% da despesa total nos municípios e 47,7% nos estados. Normalmente pouca atenção é dada à mesma pelos governantes, a não ser nos momentos em que o funcionalismo reivindica reajuste salarial.

Quem arca com as despesas de pessoal, como todas as demais, é a população através dos tributos que paga. Assim, é necessária a transparência dos salários e benefícios que recebem os servidores como pré requisito para qualquer decisão de alteração de salários e benefícios. A seguir algumas sugestões.

O descontrole e um certo conluio marca a concessão de licenças médicas, o que gera absenteísmo elevado. Os servidores que se aproveitam dessa situação sobrecarregam os que trabalham e tornam elevado o número de servidores para cobrir a ausência.

Para a redução do absenteísmo é necessário ter sistema que o apure periodicamente para cada órgão do governo, tornando pública a informação. Deve ser estabelecido um índice máximo de absenteísmo, e nenhum órgão pode ser atendido, caso queira contratar mais servidores estando acima do índice máximo.

Outra anomalia é a baixa relação entre subordinados e chefias, típicas do setor público, para permitir mais chefias que tem gratificação por função. É comum encontrar relações de um chefe para um ou dois subordinados. A reorganização administrativa poderá permitir menos níveis hierárquicos, com menor número de diretorias, departamentos e seções, com serviços afins integrados e com o nível adequado de servidor por chefia.

A confiabilidade da folha de pagamento deve ser periodicamente avaliada para evitar: a) funcionários fantasmas e; b) erros na aplicação das metodologias de cálculo dos diversos componentes dos vencimentos e descontos de cada servidor. Algumas consultorias revelam que isso pode proporcionar economias superiores a 10% na folha de pagamento.

Serviço de Terceiros – É a segunda despesa em importância nos estados e municípios. Representou em 2011 11,8% da despesa nos estados e 24,3% nos municípios.

Nos municípios o maior custo é com a limpeza pública (coleta de lixo e varrição de vias e logradouros públicos). É setor de baixa concorrência sujeito à formação de cartéis por região e importante financiador de campanha eleitoral municipal.

Em geral os contratos superdimensionam o valor dos serviços e as faturas cobradas são em geral engordadas pela falta de fiscalização e/ou conluio. É necessária auditoria para apuração do custo real e fiscalização rigorosa da execução.

A gestão bem feita pode liberar e aproveitar melhor o recurso extraído da população em prol dela e muito se pode fazer para avançar nessa questão.

UMA SUGESTÃO DE PROJETO PARA O IEE-USP

O termo Eletrotécnica foi  retirado do nome do IEE, mas o Instituto é herdeiro das atribuições de estudos, entre outros, sobre equipamentos e sistemas de distribuição de energia elétrica, e tem competência técnica para diagnosticar problemas e propor soluções.

Não é de hoje que o sistema de distribuição da USP sofre apagões escandalosos, tornando a rede menos confiável ainda que a rede de distribuição da AES-Eletropaulo: os apagões têm sido maiores e mais demorados que os dos outros bairros paulistanos servidos pela valorosa empresa texana. 

Um dos provérbios mais populares da língua portuguesa, Casa de ferreiro, espeto de pau, frequentemente é aplicado entre os membros da comunidade do IEE, de que creio fazer parte, como colab., nos comentários sobre os apagões e seus efeitos.

Os custos dessas falhas são altos e podem ser contabilizados, para o IEE e para as demais unidades do campus. Poderiam ser avaliados em uma primeira parte de um estudo de análise e diagnóstico, que seria seguido de um projeto para tornar a rede da USP ao menos tão confiável quanto o sistema de distribuição da Eletropaulo, do qual a USP depende. Não seria necessário contratar empresa externa, o IEE tem gente bastante competente para a tarefa. O estudo seria feito em colaboração com a reitoria, que usaria seus resultados para efetuar as modificações necessárias ou para pressionar a Eletropaulo.

Esta sugestão é grátis, e não está acompanhada de qualquer reivindicação da parte deste humilde bloguista.

VÍDEO SENSACIONAL SOBRE A REDE GLOBO

Neste vídeo, divulgado pelo blog O Cafezinho, as falas do Cid Moreira são de uma resposta de Leonel Brizola à rede Globo obtida por medida judicial. Clique aqui.


OS EUA E A POLÍTICA DAS ESCOLHAS BASEADAS EM ÓDIO

O ódio aos negros nos EEUU surgiu depois da libertação dos escravos, ao fim da guerra civil daquele país. Antes, a crueldade era exercida de forma econômica e jurídica, pelos proprietários de escravo e pelo Estado.  Até então lá como em todos os países escravocratas inclusive o Brasil até 1888, o exercer da propriedade sobre pessoas incluía em grande parte tortura e estupro dos escravos e escravas. Eles não eram gente, mas ativos econômicos, “naturalmente” inferiores aos brancos.

O fim da escravidão acarretou uma supressão de direito de propriedade, o que foi muito frustrante para os senhores brancos.  Na América Latina a prevalência  de agentes do rei e dos barões da terra sempre relativizou o direito de propriedade para as pessoas comuns, mesmo brancas proprietárias de escravos.  Lá, entretanto, propriedade era e é um bem tão ou mais sagrado do que a liberdade e outros dos chamados direitos fundamentais. Isto explica pelo menos em parte as humilhações, constrangimentos, supressão de direitos políticos que todos os negros – homens, mulheres, crianças tem sofrido até o presente. Recentemente, destacam-se o esbulho de eleitores negros das duas eleições de George W. Bush e a povoação preferencial por negros nas prisões estadunidenses. Esses tratamentos discriminatórios, claro,  também existiram  e existem no Brasil, embora de forma mais disfarçada e bem menos carregada de ódio do que lá.

O caso de Cuba, que era parte do “quintal” mais próximo deles, mas deixou de ser um local de desfrute do grande irmão do norte, é similar. Uma revolução retirou o capataz de plantão, o sargento Fulgencio Batista do poder no começo de 1959, com a expropriação de propriedades de seus apoiadores, o que incluiu cidadãos e empresas estadunidenses.  Seguiu-se uma política de atrito com os EUA, que logo passou para conflito aberto. Tudo poderia ter sido resolvido se os revolucionários tivessem cedido aos estadunidenses, ou pelo menos os cubanos se voltassem contra seu novo governo e o derrubassem, atendendo ao chamado dos antigos patrões.  Mas os cubanos não quiseram voltar à situação anterior. Daí o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos até hoje, que conseguiu restringir as opções dos cubanos, acabando por tornar essencial a centralização da economia, devido à extrema escassez  de bens na ilha, causada por esse mesmo bloqueio.  Esse bloqueio afeta a toda a população cubana.

Grupos terroristas anticastristas montados no território dos EUA atuam em Cuba por meio de atentados, com perdas humanas e materiais,  com apoio do governo estadunidense. Quando cinco agentes do governo de Cuba infiltraram-se nesses grupos nos EUA para tratar de frustrar esses atentados e foram presos, foram sentenciados a penas pesadíssimas. Atualmente os EEUU são o único país que insiste em tratar de excluir Cuba de organismos internacionais, e impõe sanções contra cidadãos e empresas estadunidenses e de outros países que ousem comerciar com Cuba. É ou não uma relação de ódio contra outro povo que se libertou deles?

Isto tem a ver com a sangrenta guerra secreta travada em várias partes do mundo por tropas especiais mercenárias ou não, novos jihadistas (com preferência aos não filiados à Al Qaeda), e por aeronaves de combate não tripuladas, contra reais ou potenciais inimigos do poder da “América”, que inclui as pesadas baixas nas populações civis dos países alvos (represália contra parentes dos combatentes? Submissão das populações pelo Terror?), e  que só não são objeto de escândalo mundial porque a mídia corporativa da maior parte dos países relega essas notícias em função das conveniências do império.  


Uma vez, na rodovia Dutra perto de São Paulo, em um trecho semi-congestionado, apareceu um homem de terno correndo entre os carros, pedindo carona para fugir de uns jovens mal encarados que o perseguiam. Presumi que se tratava de um assalto, e pedi que o dono da camioneta em que eu estava permitisse que o homem subisse atrás, para escapar. Como o trânsito logo começou a fluir, os presumidos assaltantes foram deixados para trás. Impressionaram-me os semblantes carregados de ira e ódio dos perseguidores durante a perseguição, até o momento em que ela se frustrou. Parece-me haver uma analogia com a fúria do império contra quem se põe no caminho se sua supremacia que eles pretendem absoluta. Ninguém tem direito de se furtar a ela.

terça-feira, 16 de julho de 2013

GATO, O ESTADÃO E AS FORMAS DE CORRUPÇÃO


Recebi este e-mail do Gato. Gostei, por isso reproduzo. Mas tenho umas observações a fazer, que aparecem depois do diagrama

Financiamento público para campanhas eleitorais...

Carlos Eduardo Magalhaes15 de julho de 2013 12:46

Antes de se discutir formas de eleição, voto distrital ou a manutenção do que existe atualmente, é fundamental deixar claro como será feito o financiamento das campanhas. Se continuar sendo como é feito hoje em dia, a partir de "doações" privadas, a corrupção continuará. É só ver o gráfico abaixo para entender esse incontestável fato. Os corruptores são sempre as empresas e empreiteiras que "doaram" dinheiro para as campanhas de candidatos, não importa o partido político. O financiamento público das campanhas, onde todos recebem a mesma quantidade de dinheiro, implicando um controle maior dos gastos de cada candidato ou partido, é a pedra fundamental da qualquer reforma política no Brasil... sem isso, tudo continua na mesma. É só ver quais são os partidos políticos e quais são os deputados, senadores, vereadores, prefeitos e governadores que estão contra esta medida fundamental. São os que sempre se locupletaram com o atual regime político e sistema eleitoral... sem reformas profundas e estruturais, a corrupção e a bandidagem continuarão...

Minha observação é a seguinte: Financiamento das eleições, e o preenchimento dos parlamentos - câmaras municipais, assembleias legislativas, câmara federal e senado, dão conta de apenas parte, a menor, da infiltração dos interesses particulares no Estado, que deveria ser uma república (de res publica, coisa pública).

A outra parte, possivelmente mais influente, compõe-se de várias outras formas. Há o suborno direto ou indireto a agentes do Estado, sejam eles funcionários públicos ou políticos eleitos. Dentro do suborno indireto, deve-se incluir a alternância de funcionários, entre cargos públicos e cargos nas corporações reguladas ou fiscalizadas: bancos privados e banco central, órgãos de fomento e empresas fomentadas, saúde pública e indústria de alimentos e bebidas e indústrias farmacêuticas, polícias e partidos políticos (lembrar o ativismo político de certos delegados). Diretamente, o suborno a autoridades de fiscalização municipais por parte de empreendimentos imobiliários, e a polícias por parte de criminosos comuns como traficantes de drogas e bicheiros.

Existiram e existem ministros e altos funcionários cujos cargos foram preenchidos apenas para garantir o interesse de empresas ou setores econômicos sobre o interesse do conjunto da sociedade.No caso dos governos Lula e Dilma, temos que lembrar a presença da Globo, primeiro através de Helio Costa, agora por Paulo Bernardo, nas Comunicações. Antes e agora, banqueiros no Banco Central, latifundiários no Ministério da Agricultura, proprietários de veículos de comunicação como senadores e deputados e até como Ministros de Comunicações (lembrar Antonio Carlos Magalhães). Comitês gestores de questões políticas públicas sistematicamente preenchidos por maioria de representantes diretos ou indiretos das empresas interessadas, em detrimento de representantes dos interesses difusos das populações afetadas. Sem esquecer os representantes informais do Grande Irmão do norte, os EEUU, presentes em todas as instâncias de poder econômico, político e de imprensa.

Assim, financiamento público exclusivo pode ajudar, mas é um perigo concentrar-se apenas no processo eleitoral, deixando de lado que o capital está, como aliás sempre foi demonstrado, profundamente enquistado em todas as instâncias de poder do Estado, para garantir que seus interesses predominem sobre os do conjunto da sociedade. E que o avanço dos interesses maiores da sociedade e da democracia depende do combate a esses interesses concentrados, onde quer que eles exerçam seu poder.  

segunda-feira, 15 de julho de 2013

DILMA SILENCIADA: ARTIGO DE PAULO MOREIRA LEITE, NA ISTO É


Amadores e profissionais do mundo político parecem de acordo num ponto: Dilma Rousseff tem problemas de comunicação.

A razão dessa dificuldade é menos clara, porém. 

Um conjunto de analistas, dentro e fora do governo, acredita que a presidente não consegue comunicar com clareza aquilo que pensa ou planeja. É como se fosse uma incapacidade congênita, apenas disfarçada pelo período em que as coisas pareciam andar tão bem na economia que não era necessário falar muito. 

Ao enfrentar tempos mais difíceis, expressos nos protestos de junho, revelou-se que seria incapaz de conversar com o povão e também com a elite.

Assim, sua mensagem não chega ao eleitor.

Não se trata, é claro, de uma opinião consensual.

Analisando os protestos, o sociólogo Manuel Castells, um dos mais celebrados intelectuais contemporâneos, interlocutor de Fernando Henrique Cardoso e referência do ex-presidente para tantos assuntos, disse a Daniela Mendes, da IstoÉ:

- Ela (Dilma) é a primeira líder mundial que presta atenção, que ouve as demandas de pessoas nas ruas. Ela mostrou que é uma verdadeira democrata.

Na mesma entrevista, Castells deixou claro que tinha entendido qual era o problema da mensagem. Ele disse: 

- Ela (Dilma) está sendo esfaqueada pelas costas por políticos tradicionais.

A verdade é que em apenas quinze dias as principais respostas que Dilma ofereceu aos problemas reais colocados pelos protestos passaram no moedor de carne e sobrou pouca coisa.

É certo que, com toda sinceridade, e sem intenções ocultas, muita gente não tinha a menor disposição de prestar atenção na presidente. Como escreveu uma estudante no Twitter: “para quem tem 20 anos, a pergunta é: por que ela só pensou nisso agora?”

Nem todos pensaram da mesma forma, contudo.

O plebiscito e a Constituinte, as principais ideias da presidente para encaminhar a reforma política, tradução quase literal do urro das ruas contra nossas formas de representação e nossos representantes, obtiveram apoio de 68% da população.  Difícil falar em problemas de comunicação, certo?

Até um calouro do pior curso de Ciência Política seria capaz de imaginar que, a partir dali, a presidente poderia tentar reconstruir relações políticas com uma fatia do seu antigo eleitorado. Aos trancos e barrancos, havia encontrado uma passagem.

Em poucos dias, para realizar a profecia de Castells, Dilma foi “esfaqueada pelas costas por políticos tradicionais”, sob aplauso do mesmos veículos de comunicação que celebraram os protestos como o despertar do gigante.

O que se alegou? Que o plebiscito e a Constituinte eram ideias de quem não têm ideias reais e se orientam pelas bolas de cristal dos serviços de marketing.

Considerando que absolutamente todos os políticos brasileiros têm seu consultor de marketing, que costuma exercer sua influência tão notável como decisiva na maioria de suas decisões políticas, cabe abandonar a ingenuidade fingida e mudar a pergunta:  o que se temia?

Simples: temia-se que o povo desse palpite – de verdade – nas linhas gerais de formação de um novo sistema político. Não se queria correr o risco de eliminar a influência do poder econômico nos processos políticos.  Era preciso garantir a falsa mudança, o processo em que tudo muda para que nada mude. As ruas sempre foram úteis para isso, como se sabe desde que essa frase foi escrita, para registrar  os limites da luta pela democracia italiana.

No esforço unilateral para desqualificar ideias da presidente, inclusive de grande aprovação popular, inventou-se até que Dilma havia tentado criar uma lei inútil, aquela que transforma a corrupção em crime hediondo, apenas para cultivar a demagogia das massas. Você pode gostar ou não do projeto. Mas é bom saber que ele só entrou  em votação numa ação combinada entre Renan Calheiros e a mais aplicada dupla de inimigos do governo no Senado, Álvaro Dias e Pedro Taques. Os petistas apenas pegaram carona, até porque, em função de projetos antigos, mantidos na gaveta pela direção do Senado, tinham todo direito de se apresentar como pais da ideia. 

O mesmo tratamento se reservou a um projeto ambicioso, prioritário e, mais uma vez, tão necessário ao país que a estudante de 20 anos teria toda razão em perguntar mais uma vez: por que não se fez isso antes?

Estou falando do programa Mais Médicos, destinado a suprir a carência obvia de médicos em boa parte dos municípios brasileiros. Quem estuda o mercado de trabalho sabe que, em dez anos, nossas faculdades formaram 54.000 médicos a menos do que o número necessário para manter um atendimento razoável no país. No Rio Grande do Sul, prefeituras em região de fronteira contratam médicos uruguaios para atender à população. Há dois meses, 2.500 prefeitos – que representam metade das cidades do país – apoiaram um abaixo assinado para pedir a contratação de médicos. Cansados de esperar pelos doutores que não vêm, foram até Brasília num ato explícito pela contratação de estrangeiros. 

Mas é óbvio que esse projeto foi camuflado pela prioridade de dar voz aos adversários do governo. Cumprindo aquele papel já assumido de auxiliar uma oposição “fraquinha”, em vez de debater os prós e contras do projeto, a maioria dos meios de comunicação deu atenção maior às entidades corporativas dos médicos do que à opinião dos usuários do SUS e lideranças da periferia. Por esse método, seria coerente ouvir apenas Federação Nacional de Jornalistas para falar sobre o diploma da categoria. Ou perguntar somente aos sindicatos dos professores sobre o plano de bônus por produtividade.

Os titulares das entidades médicas foram ouvidos como porta-vozes legítimos de toda  sociedade e não de uma parte dela. Veiculou-se como verdade estabelecida a noção de que o governo pretendia enviar médicos para trabalhar em taperas sem estrutura nem condição de trabalho. Falso. 

Neste domingo, graças ao Estado de S. Paulo, revelou-se que as carências da saúde pública são imensas, mas ela se encontra em  situação oposta. Em cinco anos, o total de equipamentos de saúde registrados pelo governo federal teve alta de 72,3%. O número de leitos hospitalares subiu 17,3% e o de estabelecimentos de saúde, 44,5%. A oferta de médicos, porém, cresceu apenas 13,4% – ou seja, menos do que os principais índices de infraestrutura de saúde.  

Posso até concordar que há um problema real na comunicação de Dilma, entre aquilo que ela diz e aquilo que pretende dizer.

E é evidente que o governo possui um problema de articulação essencial, que desconhece inclusive forças que poderiam ajudá-lo, como se viu no debate sobre o plebiscito. 

Mas há um esforço para bloquear a comunicação. Procura-se um debate a partir da mentira. Dizem agora que o governo quer “obrigar” estudantes a “doar” dois anos de suas vidas em função da residência em locais onde a presença de médicos é mais necessária – como se não fosse uma atividade remunerada, e que em alguns casos pode chegar a R$ 8.000. 

O que se quer, na verdade, é negar  à autoridades eleitas o direito de definir prioridades para atender a população. O que se quer é deixar para o mercado a tarefa de organizar a saúde pública – opção histórica de nossas autoridades, que produziu a miséria visível aos olhos de todos.

Não é o exercício da crítica, não é a apuração para mostrar verdades ocultas por trás dos atos do governo. Também não tem a ver com o caráter adequado ou danoso de suas propostas.

É, simplesmente, um esforço para silenciar o  governo. Vale tudo, inclusive dizer que não sabe se comunicar.