sábado, 10 de maio de 2014

MAIS UMA... DO JOAQUIM BARBOSA?

Não se trata de obra apenas de um senhorzinho pretensioso e complexado. É uma obra coletiva, que começa na grande mídia, saudosa como sempre dos tempos em que o regime de cuja ascensão por golpe foram participantes diretos, e em que, por vinte e um anos, não havia políticos do lado dos trabalhadores, com ou sem defeitos.

Continua no grande poder supremo, aqui como algures, que são os grandes capitalistas, principalmente do setor financeiro, que para alimentar seus esquemas piramidais precisam de uma base econômica real para dela extrair valor. Valor que não pode ter fatias desviadas para coisas como distribuição de renda e ampliação de acesso a serviços de saúde e educação.

E desemboca na classe média - ah, a classe média! Esse setor predominante da classe média, que deve ser entendida não como um extrato de nível de consumo mas como os que não querem se alinhar com os trabalhadores e não conseguem figurar na classe dominante, olhando com inveja para a Casa Grande e compensando sua inferioridade consumindo supérfluos e... odiando a esquerda e os trabalhistas.

Essa classe média em que se destacam indivíduos que disseminam mensagens de ódio, boatos, piadas grosseiras e mentiras "por uma boa causa" por e-mails disseminados a rodo, e que atuam como trolls em comentários em publicações de esquerda.

Uma classe média que se sente  o bastante desconfortável em uma democracia ao extasiar-se com o presidente do Supremo passando por cima da lei e da Constituição para assegurar a perseguição a pessoas como José Genoíno e José Dirceu.

Que aceita eufemismos em São Paulo, em que racionamento de água passa é chamado rodízio, ou falta d'água, para poupar o partido político que eles mantêm há vinte anos, através de eleições para gerentes "eficazes" do governo Estado.

Joaquim Barbosa e seu público formam um todo coerente. A pessoas fora desse círculo, recomendo este texto de Paulo Moreira Leite.


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