segunda-feira, 11 de novembro de 2013

NECESSÁRIO O DEBATE SOBRE OS AGENTES POLÍTICOS

As ideologia dominantes no mundo atual, de desregulamentação total das atividades econômicas privadas, privatização total e irrestrita, desmonte dos mecanismos de seguridade social, eliminação da saúde pública, são geradas para consolidar, eternizar e ampliar continuamente o controle exercido pelos muito ricos sobre a economia e sobre a política. 

Essas ideologias são propagadas pelo mais importante agente político no Brasil de hoje: a mídia. Só Carta Capital, entre as publicações mais distribuídas, ousa se opor a elas de maneira consistente. outras publicações têm distribuição muito mais restrita, como Retrato do Brasil e Caros Amigos, entre outras. E naturalmente, vários blogs políticos, aqueles que os tucanos chamam de blogs sujos, que trazem múltiplas visões de esquerda sobre a realidade atual.  

Espero que logo um deles traduza e publique um artigo que saiu hoje na edição online do New York Times, por Paul Krugman, comentando nos mesmos termos dos blogs brasileiros sobre o que querem os um por cento em toda a parte, nos EUA, Brasil, e no caso desse artigo, a França. Neste link, ainda em inglês, com o sugestivo título The Plot Against France. A tradução da palavra inglesa plot pode ser roteiro (como o roteiro de um filme), ou conspiração. É só escolher. 

Enquanto isso, uma notícia boa. A orquestração da mídia brasileira, embora eficaz em muito da classe média, não tem funcionado muito ultimamente. É o que revela uma matéria do Brasil de Fato, sobre pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas, a seguir (também traz resultados interessantes sobre  a atuação das polícias):

71% dos brasileiros não confiam nas TVs e 62% nos jornais

Os dados foram produzidos a partir da pesquisa índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, e fazem parte do Anuário
07/11/2013
Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas divulgada na quarta-feira (5), mostrou que a  imprensa está perdendo, a cada dia, a credibilidade. Componente do 7º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a pesquisa mostrou que é alta a desconfiança em relação aos meios de comunicação: TVs não têm a confiança de 71%, percentual maior que a polícia (70,1%) e a imprensa escrita  (62%).
No primeiro semestre de 2013, a instituição da qual a população mais desconfiava eram os partidos políticos (95,1% dos brasileiros desconfiam), seguida do Congresso Nacional (81,5%). Com índice melhor que as polícias, aparecem a Igreja Católica (50,3% desconfiam) e as Forças Armadas (34,6%).
Os dados foram produzidos a partir da pesquisa índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, e fazem parte do Anuário. Foram coletados junto a 3.300 brasileiros de oito estados brasileiros por semestre.
O Anuário selecionou, da pesquisa, essas cinco instituições. O índice de desconfiança de todas elas aumentou na comparação do primeiro semestre de 2012 para o mesmo período desse ano. No caso dos partidos políticos, o índice de desconfiança ficou em 1,2 ponto percentual. O do Congresso cresceu 2,6 pontos percentuais, o da Igreja Católica subiu 7,8 pontos percentuais e o das Forças Armadas, 9,9 pontos percentuais.

Desconfiança nas polícias
O professor da FGV Rafael Alcadipani afirma, em artigo no Anuário, que alguns fatores que contribuem para a desconfiança nas polícias são a baixa taxa de resolução dos crimes, a burocracia no atendimento ao cidadão e a imagem de violência que está associada às polícias, principalmente à Polícia Militar. "Vale lembrar que os constantes confrontos entre PMs e manifestantes que aconteceram neste ano terminaram por reforçar ainda mais a imagem de uma polícia truculenta" afirma Alcadipani.
Segundo a FGV-SP, Pernambuco é o estado em que as pessoas que procuraram a ajuda das polícias se mostraram mais insatisfeitas com o trabalho das corporações. Só 27% dos cidadãos que solicitaram apoio da PM no segundo trimestre de 2013 se disseram satisfeitas ou muito satisfeitas. O percentual foi de 25% para a Polícia Civil.
A Bahia é o estado em que houve maior índice de satisfação com a PM (54%) e com a Polícia Civil (50%). O Rio de Janeiro foi o estado com segundo melhor índice de satisfação da população com a Polícia Civil (43% ficaram satisfeitos). Já em relação à PM, o índice de satisfação ficou em 45%, o mesmo que no Amazonas. Estes dois estados só ficaram atrás da Bahia.

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