segunda-feira, 21 de outubro de 2019

QUE SÃO ESSAS REVOLTAS TODAS?

Vamos lá: Equador, Líbano, Chile, Espanha. Nesta última, a razão foi a condenação à prisão dos líderes separatistas da Catalunha. Nos outros, se formos escarafunchar, trata-se de revoltas contra medidas de austeridade. No caso do Líbano, as multidões acusam o governo de favorecer os interesses de seus associados. Mas em toda a parte trata-se da economia, estúpido!

Em outras palavras, trata-se da economia que segue os cânones neoliberais, impostos através de seus governos, na maior parte destes casos, governos de direita. Será que se ao fim e mais tarde acabarem emergindo governos de esquerda ou centro esquerda, alguma coisa vai mudar?

Governos de direita praticam o neoliberalismo: venda dos ativos públicos, sucateamento e venda das empresas de serviços públicos, reformas trabalhistas e de previdência cujo efeito, não proclamado pelos governos e escondido pela mídia, é transferir fluxos de rendas dos trabalhadores e dos pobres para os ricos, principalmente o setor financeiro.

As multidões em protestos apontam para os governos vigentes. Mas eles estão lá para fazer o serviço sujo de outros poderes mais poderosos: a banca privada, bancos centrais, FMI, governo dos EUA e seus aliados principais - Israel e Arábia Saudita, o Pentágono, as grandes corporações, os 1%.

Muitos governos social democratas já foram chantageados por esses poderes, e caíram, ou perderam apoio justamente por cederem em tantas questões para esses poderes. Claro que temos que incluir aqui os governos de Lula e Dilma. Também, os sindicatos, os movimentos populares, a academia estão enfraquecidos, os primeiros por ações tanto de governos de direita como da evolução da estrutura da economia, a última pela ofensiva das falanges (milícias) direitistas.

No meio disso tudo, algumas tendências na geopolítica e em países mais ricos indicam caminhos novos. Por exemplo, a pré-candidatura de Bernie Sanders à presidência dos EUA pelo Partido Democratga acaba de receber um reforço que pode ser significativo, enquanto a candidatura de Joe Biden, político tradicional, ligado a Wall Street e aos interesses tradicionais do complexo industrial militar, vai se desfazendo dia a dia. A conferir. 

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