segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ALGUÉM VAI AGIR CONTRA O FASCISMO EM ASCENSÃO?

Jean Wyllys, e depois Kiko Nogueira, no DCM


Jean Wyllys: imprensa ‘desonesta’ e ‘hipócritas’ como FHC e Aécio estimulam ‘barbárie’ como a cometida no velório de líder petista

Postado em 5 de outubro de 2015 às 1:53 pm

Panfletos jogados no velório de Dutra
Panfletos jogados no velório de Dutra
Jean Wyllys se manifestou no Facebook sobre os panfletos atirados no velório do líder petista José Eduardo Dutra. Os panfletos diziam que petista bom é petista morto.
Abaixo, o texto de JW.
Sim, as expressões de ódio estão saindo do controle neste país. Sim, o macarthismo tupiniquim e sua patrulha ideológica odiosa deixaram de ser algo irrelevante na cena política.
Sim, os níveis de desumanidade e desrespeito não se limitam mais às redes sociais digitais (Facebook, Twitter, Instagram e caixas de comentários de sites e blogs).
Sim, boa parte da chamada “grande imprensa” e sua cobertura sempre partidária, parcial e muitas vezes desonesta e manipuladora dos fatos da política, bem como muitos de seus articulistas e comentaristas antiéticos e arrivistas, têm culpa nessas expressões de barbárie e incivilidade por partes desses imbecis proto-facistas que desconhecem ou ignoram a dor de pessoas diante da morte de um ente querido – e são essa parte da imprensa e seus articulistas que engendram essas pessoas nefastas que insultam quem pensa diferente deles em restaurantes, hospitais, aeroportos e velórios.
Sim, os discursos de hipócritas como Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves, Aloysio Nunes, José Serra, Mendonça Filho, Nilson Leitão e Carlos Sampaio estimulam esse clima de ódio no convívio social contra humanistas e pessoas politicamente de esquerda.
Sim, as coisas não ficarão por aí se algo não for feito já e esses atores políticos agirem de maneira mais honesta e responsável! – e os corvos que estes hipócritas (todos de partidos com envolvimento em diferentes esquemas de corrupção!) e boa parte da “grande imprensa” estão criando comerão seus olhos (se é que já não estão comendo!).
Sim, as autoridades desse país precisam dar uma resposta imediata a manifestações de ódio, desumanidade e incivilidade como essa! Sim, precisamos dizer não a esse estado de barbárie!
Eu sou do PSOL e faço oposição ao governo do PT-PMDB; critico duramente seus erros, mas jamais vou compactuar com o antipetismo fascista e hipócrita que tem se expressado em parte da imprensa, nas redes sociais digitais e em ambientes sociais.
Fazer oposição ao PT não significa cair na burrice, lambuzar-se no ódio nem estimular a violência contra petistas. Há que se ter limite para isso! O problema não é a presença do mal, mas a ausência do bem!

O protesto no velório e a tolerância ilimitada que leva ao fim da tolerância. Por Kiko Nogueira



Postado em 05 out 2015
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Ninguém jamais terá a desculpa de dizer que não viu o monstro crescer.
A pregação do ódio no Brasil atingiu um novo pico na escala de barbárie com os panfletos atirados no velório do ex-senador do PT José Eduardo Dutra, em Belo Horizonte.
Ocupantes de uma Saveiro preta jogaram os papeis. Havia policiais de plantão. Antes do ataque, o carro passou três vezes pelo local, afirmam testemunhas. Ainda assim, a PM afirma que não viu nada. Ok.
Um protesto também aconteceu ali. Um sujeito chamado Cipriano de Oliveira, aposentado de 60 anos, resumiu o espírito de porco ao Estadão: “Qualquer momento é momento de mandar um bandido embora. Até no enterro da minha mãe eu faria isso”.
Submetida a uma dieta de ressentimento, desinformação e indignação seletiva, essa escumalha passou a considerar aceitável socialmente conspurcar um enterro e humilhar os familiares e amigos do morto.
Eles são “gente do bem”, segundo a definição imortal do líder dos Revoltados On Line, Marcello Reis, um mussolini para os nossos tempos.
Isso não os choca porque eles estão acima do bem e do mal. Não é força de expressão: uma pesquisa daempresa britânica YouGov com 1,646 homens e mulheres constatou que direitistas se acham moralmente superiores.
De acordo com o estudo, 47 daqueles que se descrevem como sendo de direita se declaram seres humanos melhores do que o cidadão médio (contra 39% de sedizentes esquerdistas). O levantamento também revelou que são mais propensos a acreditar que certas pessoas “nascem más”.
Os depravados que atacaram uma cerimônia fúnebre têm um nome: fascistas. Como lidar com eles?
Para começar, não é com “republicanismo”. Aquilo não faz parte do “debate político”. O filósofo Karl Popper escreveu o seguinte:
“A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo para aqueles que são intolerantes, e se não estivermos preparados para defender uma sociedade tolerante contra o ataque dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles. 
Esta formulação não implica que devamos sempre suprimir as filosofias intolerantes, contanto que possamos combatê-las com argumentos racionais e mantê-las sob controle da opinião pública. 
Mas devemos reivindicar o direito de suprimi-las, se necessário até mesmo pela força, e isso pode facilmente acontecer se elas não estiverem preparadas para debater no nível de argumentação racional, ao começar por criticar todos os argumentos e proibindo seus seguidores de ouvir argumentos racionais, pois ela é uma filosofia enganosa, ensinando-os a responder a argumentos com uso de punhos ou pistolas.
Devemos, portanto, reivindicar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar os intolerantes. Devemos enfatizar que qualquer movimento que pregue a intolerância deva ser colocado fora da lei, e devemos considerar a incitação à intolerância como criminosa, da mesma forma como devemos considerar a incitação ao assassinato, ou seqüestro, ou a revitalização do comércio de escravos como criminosa”.

Gente de bem
Gente de bem

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