sexta-feira, 29 de julho de 2011

Desastre eficiente 4 - Difíceis negociações


Para os defensores do meio ambiente que propõem conciliar economia e a base de recursos que sustenta a vida na Terra, o termo mais usado tem sido sustentabilidade. As atividades econômicas atuais, ainda crescendo entre as eventuais crises, como é defendido pelo estado e pelo público, para tornarem-se sustentáveis deveriam ser transformadas profundamente e passar a ser limitadas. A meta seria uma sociedade que atingiria um equilíbrio, em os processos e as quantidades de produção estariam de acordo com as restrições exigidas. A mudança pressupõe um cenário a ser alcançado e a definição de caminhos, em que mentes, instituições e aparatos produtivos seriam radicalmente renovados.

Se você pensa como eu, e quer ver, eventualmente influir para que as mudanças necessárias sejam feitas, o que podemos fazer, ou pedir? Quanto às mentes, e aparatos produtivos em geral, fora alguns convertidos, a massa a ser afetada é enorme, e não parece minimamente preparada para qualquer desvio para fora do “business as usual”.

Parte das instituições – as culturais e as políticas poderiam ser mais dinâmicas. Entretanto, eis algumas dificuldades, quase não levadas em conta na proposição de políticas públicas:

Estrutura corporativa das grandes empresas, em que o ganho econômico é prioridade absoluta, e em que a responsabilidade sobre os malefícios sociais (eliminação de direitos trabalhistas) e ambientais é atribuída pelos dirigentes das empresas aos acionistas, responsáveis ocultos e diluídos, que não dirigem diretamente as empresas.

Violência empreendedora, incluindo hoje ataques à ciência e aos cientistas independentes nos meios de comunicação, dominados pelos interesses conservadores com o objetivo de semear a dúvida e justificar a inação.

O processo em curso desde o desencadeamento da ofensiva neoliberal, há mais de trinta anos, cujos principais componentes são: o crescimento da parcela da riqueza das nações em poder do setor financeiro; a desregulamentação e controle de governos e agências reguladoras tanto do setor financeiro como dos serviços públicos, transformados agora em meras mercadorias; a Guerra de Classes em que os contratos de trabalho são tornados precários, os sindicatos são hostilizados pelas empresas, os salários são rebaixados e de benefícios de aposentadoria, e os serviços públicos, inclusive os de saúde, são tornados mais inacessíveis aos mais pobres.

Surgimento e crescimento de vertentes de fascismo moderno, cujos componentes são: Romantismo, no sentido do anti-racionalismo, muitas vezes associado ao surgimento de fundamentalismos religiosos; mobilização de grupos através de táticas violentas para impedir a manifestação de pontos de vista contrários; uso da imprensa para desqualificação, intimidação dos adversários.

Estas práticas foram tradicionalmente usadas para assegurar a hegemonia capitalista sobre os trabalhadores, e contra socialistas e comunistas, e hoje são empregadas também contra ambientalistas de todos os matizes.

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