terça-feira, 16 de dezembro de 2014

RENDA BÁSICA: NOS PAÍSES RICOS

A ideia da renda básica foi propagandeada no Brasil principalmente por Eduardo Suplicy, já então político do PT, antes da eleição em que Lula venceu pela primeira vez. Fez muitos discursos, e um ótimo livro sobre o assunto.

Na realidade, a ideia é antiga. Foi objeto de um panfleto de Thomas Payne, um dos principais líderes da revolução americana, ainda no século 18. Estou voltando ao assunto a propósito de um artigo de Rutger Bregman, da publicação holandesa De Correspondent. Ele fez uma apresentação em inglês defendendo a universalização da renda básica, neste you tube, em inglês. Como ele não é de fala inglesa, é um pouco mais fácil um ouvido não bem treinado entender. Mas há o artigo que ele escreveu neste ano (em holandês), e que foi vertido para o italiano na revista Internazionale de 11 de julho de 2014.

Ele descreve um experimento de 2009 em Londres, e alguns outros feitos nos anos setenta, no Canadá e Estados Unidos. Lembra que entre os apoiadores da renda básica estão dois apóstolos do neoliberalismo - Friedrich Hayek e Milton Friedman, e dois presidentes dos EUA: Lyndon Johnson e Richard Nixon autorizaram testar os efeitos da renda básica em grupos de cidadãos pobres, oui sem teto. Foram alocadas dezenas de milhões de dólares para esses experimentos.

As mesmas objeções que hoje se apresentam ao bolsa família foram levantadas na época, em cinco experimentos nos EUA e um no Canadá. E os resultados desmentiram as alegações de que desencorajariam o trabalho, que criaria uma multidão de preguiçosos, que iria alimentar os vícios em álcool e em drogas ilegais. Não produziram sequência porque a onda neoliberal pegou os políticos que sucederam os responsáveis pelos experimentos. 

Sobretudo, mostraram, e o estudo de 2009 confirma, que é mais barato dar dinheiro direto aos carentes, que na sua esmagadora maioria gastam o dinheiro nas prioridades corretas (como tem acontecido com o bolsa família no Brasil, em que a maior parte dos receptores do dinheiro são mulheres). E no processo deixam de lado os políticos que gostariam de atravessar os benefícios em proveito próprio. 

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