segunda-feira, 25 de março de 2019

CÃES LOUCOS À SOLTA



Não é de hoje.

O ambiente político republicano, dentro de um quadro democrático em que todos têm direitos iguais, pressupõe não só a ausência da tirania, mas também que a vontade de uns só possa prevalecer com o consentimento de outros. Ou seja, se alguém perder uma disputa política, ele aceita, porque essa disputa seguiu regras que ele já havia aceitado.

Algum grau de violência – imposição de vontade pela força - nunca deixa de ser usado. Mas ela é circunscrita de modo a que os embates políticos sejam feitos de lutas convencionais, em que o convencimento seja o que gera a decisão, que é social e não de um tirano.

As armas: o conhecimento, a sedução.

Agora, os cachorros loucos: há os de direita, mas parece que estão a surgir avulsos, como os coletes amarelos franceses.

Os de direita eram bem poucos, e não apareciam muito. Então, em 2008, o Departamento de Estado dos EUA chamou para atividades não esclarecidas alguns membros do judiciário brasileiro, entre eles o juiz Sergio Moro e o procurador Delton Dalagnol. Em 2013, começou a ofensiva coordenada entre a imprensa e mídia comerciais e os setores do judiciário em torno da operação Lava Jato, contra o PT e Lula.

A ofensiva começou já com ataques grosseiros e antidemocráticos contra Dilma Rousseff: com o baixo calão em estádios, com panelas sempre que havia pronunciamento dela na TV, panelas e camisetas da CBF em manifestações pelo golpe, que na época foi apelidado de impeachment.

E começaram os ataques nas ruas contra quem carregasse cartazes ou usasse distintivos do PT, ou mesmo simples camisas vermelhas.  Chamo os indivíduos responsáveis por esses ataques, assim como os que agrediram Guido Mantega em um hospital, os médicos que divulgaram informações e seu ódio a Marisa Letícia ou Dilma, de cachorros loucos.

Como os canídeos originais, parece que ao pegar a doença, eles não largam mais. Alguns são mais radicais, como os executores e os mandantes (ainda desconhecidos) do assassinato de Marielle Franco, uns menos, como o grupo de brasileiros no aeroporto de Madrid, que ontem decidiram agredir Dilma verbalmente. Mesmo sem contar a legião de alucinados e robôs digitais, esses orquestrados mais de perto pelo coiso e seus filhos.


Cachorros loucos devem ser enfrentados.


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