quinta-feira, 22 de setembro de 2016

ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE AS ELEIÇÕES DOS EUA

Elas nos afetam, fora de qualquer dúvida.

Mas como brasileiros devemos distanciar-nos da condição de subalternos para poder pensar como outro país, extremamente afetado pelas ações deles, tanto no domínio doméstico, como no externo (diplomacia, espionagem e subornos, guerras diretas e por procuração).

Os republicanos são todos mais ou menos John Wayne. Trump é uma versão mais folclórica, ridícula e perigosa do voluntarismo estadunidense.

Os democratas, antes de mais nada, são como os republicanos, crentes do excepcionalismo. Este é uma forma de culto ou religião nacional que parte do pressuposto de que o que a mídia de lá e os políticos determinam ser os interesses dos EUA devem ter supremacia sobre todo o planeta (por ora). 

Não é possível no momento estabelecer quem é mais perigoso para o resto do mundo, principalmente o para o"quintal" deles, como o ministro de relações exteriores deles, John Kerry, chamou carinhosamente a América Latina, de que faz parte o Brasil. 

O Obama pareceu muito inteligente no início, tão inteligente e preparado como Bill Clinton antes de assumir. Mas todos eles, como líderes máximos de seu país. consideram-se  no direito de intervir por todos os meios, inclusive a violência, em qualquer parte do mundo. Nenhum deles foi capaz de fazer um contraponto aos lobbies da guerra e dos bancos e das grandes corporações.

Os dois candidatos nestas eleições decidiram eleger um inimigo máximo dos EUA.

Hillary Clinton escolheu a Rússia, mesmo inimigo preferido por Obama e pela maior parte das mídias dos EUA e "ocidentais", depois de terem promovido a derrubada do presidente da Ucrânia, colocando um governo anti-russo (inclusive militarmente) no lugar. Donald Trump preferiu eleger a China, procurando um culpado pela perda de competitividade dos EUA, além de ser culpada pelo que chama "o grande embuste" da mudança do clima. Aqui, Trump lembra a postura agressiva da Inglaterra contra a Alemanha nas duas décadas que antecederam a primeira guerra mundial.

Trump representa os racistas brancos contra os diferentes deles dentro dos EUA, mas os dois estão voltados para submeter o resto do mundo, excetuados os países da NATO, que voluntariamente têm se submetido às suas diretrizes. Um Brasil mais forte e independente é intolerável. 

Enquanto isso, um político que poderia aproximar seu país a uma postura menos reacionária em relação ao progresso de outros países, por pouco perdeu a indicação para a senhora Clinton. Oportunidades perdidas.

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