A maior parte dos europeus chama todos os que chegam a suas fronteiras de migrantes. Procuram assim eliminar a possibilidade de serem cobrados de uma obrigação de acolher esses seres humanos.
A maior leva agora é constituída de sírios deslocados pela guerra civil que os Estados Unidos e seus "aliados" começaram em um país que até há poucos anos atrás vivia em uma ditadura, sim, mas tinha paz, com sua população vivendo e convivendo em paz.
O império do caos, louvado por coxinhas de todos os matizes, decidiu que o oriente médio não podia ter Estados em funcionamento. Seus cachorrinhos poodle, os países europeus da Nato, juntaram-se a eles na tarefa de inviabilizar a vida para os povos dessa região, destruindo a paz na região.
Primeiro no Afeganistão, que teve um governo laico e progressista combatido pelos fanáticos mujahedin, "combatentes pela liberdade", antecessores do Talibã, armados e financiados pelos EUA. Em seguida foram o Iraque, Líbia, e agora Síria, todos com governos que eram laicos e que garantiam níveis de vida razoáveis para seus povos. Tudo isso enquanto os EUA apoiam o contínuo massacre do povo palestino pelo Estado racista de Israel.
Agora, temos os bloqueios na Hungria e na Áustria, antes na Grécia, Macedônia e Sérvia. Os afogados nas praias da Turquia. Enquanto a Arábia Saudita massacra a população do Iêmen para assegurar seu domínio sobre o país vizinho, como fizeram ao auxiliar a violenta repressão aos manifestantes do Barein.
Por outro lado, dos povos negros da África levas de jovens expulsos pelas guerras, e pela falta de condições para uma vida minimamente decente continuam a bater as margens da fortaleza Europa.
Será que na Europa as pessoas serão capazes de raciocinar para ligar a crise de refugiados com as ações do império e de suas corporações sobre as nações e economias dos países que têm expelido esses refugiados?
Será que os conservadores brasileiros, que têm se mostrado tão dispostos a golpes contra a democracia são capazes de se responsabilizar por trazer a violência do império para dentro da sociedade brasileira, na vã tentativa de recolocar os mais pobres no lado de fora?
Para ficar só com os refugiados sírios, vítimas de uma guerra civil iniciada pelos Estados Unidos da América, veja aqui e aqui algumas fotos publicadas pelo Huffington Post. Não me animei a colocar as fotos dos afogados nas costas da Turquia, que incluem um menininho que parece estar dormindo (mas não está). Veja uma versão mais leve aqui. Coisas semelhantes têm acontecido com os refugiados que têm cruzado o Mediterrâneo vindos do Norte da África, principalmente para a Itália. Mas estas fotos são mais de perto.
Você tem empatia? Que tal trabalhar um pouco por isso, pelo menos negando-se a juntar à onda fascista que vem empolgando setores da classe média brasileira?
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