terça-feira, 10 de junho de 2014

ANTES DO INÍCIO DA COPA, SOBRE A GREVE DOS METROVIÁRIOS

Continuo a considerar que a continuidade da greve é ruim e injusta com a população de São Paulo. Mais do que isso, a política do movimento é desastrosa. Deu oportunidade para que Alckmin mostrasse seu estilo de governar, que a maior parte da classe média deste estado admira: um estilo direitista raivoso, violento. De todo modo, é interessante ver esta análise política, que saiu no jornal GGN.

Alckmin e a violência política calculada

A greve dos metroviários ocorre durante a data base da categoria. Esta não é uma greve política como disse o governador de São Paulo, mas manifestação de cunho econômico que calhou de ocorrer próxima ao início da Copa do mundo. Os grevistas querem aumento pouco maior do que o oferecido e determinado pelo TRT/SP, mas o governo Alckmin se recusa a negociar e mandou espancar brutalmente os grevistas.
Os grevistas decidiram continuar em greve apesar do julgamento do movimento pelo TRT. Isto não chega a ser novidade. Esta não será a primeira ou última vez que uma categoria se rebela contra uma decisão oriunda de um Tribunal do Trabalho, mantendo a greve para forçar o empregador a negociar.
O governador Geraldo Alckmin certamente exigirá que a decisão judicial seja cumprida. A verdade, porém, é que ele mesmo não cumpriu centenas de decisões judiciais determinando intervenções em municípios que não pagam precatórios. Apenas para ilustrar a hipocrisia do governador de São Paulo citarei o caso do Acórdão decretando intervenção em Osasco proferido em 2010 e que até a presente data não foi por ele cumprido:
Alckmin pode ser hipócrita, mas não é bobo. Ao se recusar a negociar com os grevistas e mandar espancá-los o governador tucano calculadamente amplificou um conflito trabalhista para tirar proveito político e eleitoral de uma eventual reação de Dilma Rousseff. A continuidade da greve do Metrô SP durante a Copa do Mundo afetará as obrigações assumidas pelo Brasil para poder sediar o evento. Se a greve não for encerrada entes da abertura da Copa em São Paulo, o governo federal entrará inevitavelmente em rota de colisão com o governo estadual. Isto parece ser desejado por Alckmin.
A ameaça de intervenção federal ou o pedido desta contra Alckmin permitirá que os cães de guerra do PSDB na imprensa possam acusar o PT de intransigência e autoritarismo, desencadeando uma campanha jamais vista contra Dilma Rousseff e sua candidatura presidencial que será certamente surfada pelo apagado Aécio Neves. Não se enganem. A tucanalha sabe que não vence a eleição presidencial e que pode perder a eleição paulista sem um fato novo. Este fato novo seria uma reação federal justificada pela Copa do Mundo por causa da greve dos metroviários que Alckmin estimula em São Paulo? A conferir.

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