quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

RPA 12 parte 7

DESAFIO AO ESTADO

Estado definido como o conjunto de instituições que sustentam o domínio do Capital – bancos, corporações, governos, parlamentares, sistema judiciário, mídia escrita e audiovisual.

As grandes corporações constituem uma forma de feudalismo, um feudalismo em rede, oposto aos governos mundiais e nacionais. O papel da religião no feudalismo da Idade Média é hoje exercido pelo pensamento único econômico, onde a coisa sagrada é o mercado.  Uma exceção, pelo menos parcial, é a China, mas que por ora é incapaz de influir nos sistemas globais de poder, a não ser através de um subimperialismo um pouco mais flexível.

Frente a esse poder mundial, que não só é obstáculo para as verdadeiras demandas sociais, tomadas hoje pelo fetichismo consumista, mas blinda as sociedades contra as mudanças que poderiam prevenir as grandes catástrofes ambientais e humanas programadas para este século, o que fazer?

É indispensável tomar partido, sem adotar um partido. Os indignados, os movimentos Occupy vão produzir alguma forma de organização? Que papel, se algum houver, podem ter os intelectuais de matriz comunista? Os cientistas conscientes? Os ambientalistas? Movimentos sociais, o MST? A democracia hoje não funciona. Entretanto, é essencial a liberdade de expressão, a liberdade de organização. Definir as prioridades para a esquerda.

Falta uma análise das guinadas de Lula (pelego?), Dilma (de gestora e conciliadora de interesses poderosos e concentrados). Os governos Lula e Dilma estabeleceram alianças com vários grupos capitalistas. Que fazer com isso? Rejeitar todas essas alianças, apenas algumas, exigir uma renegociação transparente e sujeita a alguma forma de controle social?

Para coibir as más práticas, é necessário combater a corrupção (propinas para funcionários do estado e políticos eleitos) e estabelecer regulamentações eficientes e eficazes, que permitam a responsabilização e punição administrativa ou criminal, conforme o caso, de todos os participantes.

Como e com quem os comunistas podem se articular? Uma forma de combate seria opor-se a todas as formas de repressão à divulgação de ideias, que partem geralmente não dos governos, mas das mídias e um tanto da Academia.

Esquerda é transgressão: agir fora das regras do Estado, este entendido como o conjunto formado pelos diversos centros de poder em que o capitalismo se apoia. A direita também transgrede, e usa a transgressão da esquerda para justificar sua repressão, que inclui a ação violenta. Por outro lado, a violência da esquerda só pode ser bem sucedida se de alguma maneira estiver conectada por um acordo tácito ao sentimento das massas.

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