segunda-feira, 12 de setembro de 2011

AS CIDADES COMO FOCO DA MITIGAÇÃO E DA MELHORIA AMBIENTAL

Parece estar havendo um interesse renovado focado nas cidades pelos grupos preocupados com o meio ambiente. Posso citar o número especial da revista Scientific American de setembro de 2011 (provavelmente a ser publicado em outubro na edição brasileira), uma conferência internacional convocada no Cairo, Egito, para dezembro de 2011 – Green Cities, a Path to Sustainability, e aqui em São Paulo, um Seminário no Instituto de Estudos Avançados da USP sobre São Paulo e Cidade do México, e uma Conferência realizada em agosto sobre as pegadas ambientais da cidade. Pela abrangência (e pela disponibilidade), decidi tecer alguns comentários sobre o conteúdo da revista. O tom das matérias é otimista: Cidades – mais inteligentes, mais verdes, melhores; “nós vimos um futuro mais brilhante, e ele é urbano”. As idéias centrais: O mundo todo tem se urbanizado, a parcela urbana da população está passando os 50 por cento globalmente. Quando em 2050 a população da Terra tiver ultrapassado os nove bilhões, mais de seis bilhões estarão nas cidades. As cidades, e dentre as cidades, as grandes metrópoles, é que têm possibilitado a melhoria de condições de vida das populações, inclusive as mais pobres, que quase sempre melhoram ao trocar o meio rural pelo urbano. As cidades maiores gastam menos recursos naturais e têm pegadas ambientais menores do que as das cidades menores, e isso se deve à concentração física das pessoas, que possibilita mais contatos pessoais, e a poderosos efeitos de escala nos serviços públicos. Por isso mesmo, têm grande potencial de contribuição para a diminuição das pegadas ambientais tanto locais como globais, incluindo mitigação e adaptação dos efeitos da mudança de clima. Mais contatos presenciais entre pessoas propiciam ambientes mais criativos e promovem o aperfeiçoamento das cidades. Essas e outras idéias são mais ou menos bem discutidas, às vezes contaminadas por um viés de excessivo otimismo tecnológico que é uma característica tradicional do Scientific American. Uma idéia geral particularmente estimulante vem do fato que cidades podem tomar iniciativas mais eficazes do que governos regionais ou nacionais, principalmente relativas às medidas para enfrentar o aquecimento global e seu s efeitos. Vale a pena dar uma olhada.

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