sexta-feira, 21 de novembro de 2025

LEITURAS DE HOJE

 

21 de novembro de 2025

https://www.counterpunch.org/2025/11/21/china-brightens-u-s-darkness-nevertheless/

https://www.counterpunch.org/2025/11/21/390083/

https://thecradle.co/articles/there-was-never-going-to-be-a-phase-two-the-ceasefire-was-the-strategy

https://strategic-culture.su/news/2025/11/21/supremacism-as-an-inherent-aspect-of-the-zionist-ideology/

https://sakerlatam.blog/operacao-lanca-do-sul-a-guerra-algoritmica-ii/

https://www.unz.com/pgiraldi/did-donald-trump-score-a-couple-of-wins/

https://consortiumnews.com/2025/11/20/the-idfs-latest-ceasefire-massacres/

 

O governo Trump brinca com fogo – e ninguém o avisa

Do resistir.info 

– Devem informar Trump que o resultado da sua aposta na violência militar pode ser um Armagedom nuclear

Atilio Boron [*]

Manifestante venezuelano.

O invulgar envio de navios de guerra dos EUA para as Caraíbas e, sobretudo, para as imediações do mar territorial da Venezuela, é a concretização das múltiplas declarações de Trump e de altos funcionários do seu governo que há meses anunciam que, em relação à Venezuela, "todas as opções estão em cima da mesa".

O objetivo: produzir a tão ansiada "mudança de regime", pelo que esse país tem grandes chances de ser alvo de uma crescente agressão militar. Na verdade, isso já começou: 20 barcos destruídos nas águas do Caribe e também do Pacífico, com 76 pessoas assassinadas extrajudicialmente por ordem de Trump, falam de uma guerra que já começou. [1]

O pretexto de que se tratava de "barcos de narcotraficantes" e que os seus ocupantes seriam traficantes de droga é uma mentira grosseira que nenhuma pessoa medianamente sensata pode acreditar. Não há qualquer evidência que sustente as afirmações da Casa Branca:   os ocupantes dos barcos não foram detidos nem identificados, não foram interrogados para saber quem eram os seus chefes e assim avançar no combate ao narcotráfico, nem a suposta droga foi apreendida. O mais provável, como afirmaram os presidentes da Venezuela e da Colômbia, é que as infelizes vítimas fossem humildes pescadores ou migrantes.

Os traficantes de droga cuidam dos seus negócios e não são tão estúpidos a ponto de se aventurarem em mar aberto quando todos os olhos das forças armadas dos EUA estão vigiando cada centímetro do Caribe com navios e drones. Mas o sórdido personagem que preside a Casa Branca queria fazer uma demonstração de força e enviar uma mensagem a outros atores do sistema internacional — tanto aos seus aliados quanto aos seus adversários e inimigos — e ordenou esses ataques criminosos para que todos percebessem que os EUA "estavam grandes novamente" e haviam recuperado o cetro de valentão do bairro, que podia agir com total impunidade e que, a partir de agora, os seus desejos seriam ordens que deveriam ser obedecidas sem questionar.

Num excelente artigo publicado há poucos dias, Vijay Prashad fez uma revisão dos antecedentes históricos das diferentes modalidades de intervencionismo militar dos EUA, todas elas com pouquíssimas chances de sucesso, segundo o autor, no caso da atual ofensiva contra a República Bolivariana da Venezuela.[2]

Vejamos. Uma delas, inspirada na experiência do golpe de Estado de 1964 no Brasil, consiste em deslocar um numeroso contingente militar para águas territoriais — naquele caso, no Rio de Janeiro — e que o simples posicionamento do formidável poderio naval norte-americano incentive os setores da extrema direita a tomar as ruas, produzir todo tipo de excessos, montar protestos sangrentos (guarimbas), o que provocaria uma ruptura nas forças armadas bolivarianas e a rápida transição de um setor delas para o campo da oposição fascista, precipitando a ruptura da ordem constitucional e a destituição do presidente Nicolás Maduro. Nem Prashad nem o autor destas linhas atribuem qualquer probabilidade a essa conjectura.

O segundo cenário é o que o nosso autor chama de “opção Panamá”, pela decisão tomada por Washington em 1989 de enviar um contingente de tropas especializadas para capturar o presidente Manuel Noriega e levá-lo prisioneiro para os EUA. Essa operação foi ferozmente resistida pela população desarmada do Panamá e exigiu a mobilização de cerca de 26 000 soldados e levou quase um mês de combates. Repetir isso em um país do tamanho territorial e populacional da Venezuela exigiria mobilizar uma força expedicionária de várias centenas de milhares de soldados para lutar contra um exército bem equipado e milícias populares armadas. Essas condições não se dão de forma alguma na Venezuela.

A terceira modalidade seria a que Prashad denomina a "opção Iraque":   bombardeamentos massivos contra Caracas e outras cidades, provocando grandes destruições, ocupar infraestruturas-chave — eletricidade, água, serviços essenciais —, semear o pânico na população e desmoralizar e dividir as forças armadas, seguido de tentativas de linchamento da alta liderança venezuelana.

Mas, como aponta o nosso autor, ao contrário do caso iraquiano, na Venezuela, o enraizamento do chavismo nos bairros populares, o seu alto grau de organização — e de consciência anti-imperialista — e a identificação das forças armadas com o projeto bolivariano frustrariam completamente essa iniciativa. Podem causar muitos danos e provocar muitas mortes, mas o governo bolivariano continuaria firme nos seus postos de comando.

Outra alternativa que não deve ser descartada, porque tem sido repetidamente utilizada pelos EUA, é uma "operação terrorista de bandeira falsa". O império poderia, por exemplo, montar um ataque a algum dos navios que estão na zona, ou nas proximidades de Trinidad e Tobago, ou Porto Rico, ou um atentado contra alguma sede de uma embaixada dos EUA ou mesmo dentro do país. Tal é o desespero para se apoderar do petróleo venezuelano que os criminosos que pululam em torno da Casa Branca seriam capazes de ordenar a realização de um auto-ataque, como detonar uma bomba na Times Square ou na Grand Central Station de Nova Iorque para culpar o "regime" de Maduro por esses crimes e assim justificar a agressão que seria então apresentada como "defensiva". No entanto, é claro que isso não resolve os inconvenientes expostos acima.

A quinta opção seria um assassinato que poria um fim abrupto à presidência de Nicolás Maduro. A tecnologia utilizada pelos israelenses para esses fins foi testada com a eliminação de boa parte da liderança do Hamas e do Hezbollah. Lembremos que já tentaram contra Maduro com dois drones em 2018, e o ataque foi repelido.

É provável que, tendo em conta que as dezoito organizações que compõem a Comunidade de Inteligência dos EUA (sic!) e que, no total, empregam aproximadamente um milhão e quatrocentos mil agentes, algumas centenas deles estejam estacionados e a operar na Venezuela há algum tempo, e que tenham recrutado não poucos colaboradores locais entre a direita e a extrema-direita fascista.[3]

Mas uma operação deste tipo, no caso muito improvável de ser bem-sucedida e assassinar o presidente Maduro, não produziria necessariamente a tão almejada "mudança de regime" que Washington persegue. O chavismo é uma força telúrica na Venezuela, é a expressão mais genuína da soberania popular e do legado de Simón Bolívar, e sobreviveria a essas lamentáveis vicissitudes, no improvável caso de elas ocorrerem. Haveria uma mudança na liderança, sem dúvida, imposta pelas circunstâncias, mas a revolução bolivariana continuaria seu curso.

Agora bem:   assim colocadas as coisas, convém ampliar o foco desta reflexão para tomar nota do contexto internacional em que se produziria a agressão militar ianque. Um dado decisivo do mesmo é a mutação experimentada nos últimos anos e que provocou o colapso do unipolarismo norte-americano e a emergência de um sistema internacional multipolar ou policêntrico cujos pilares: China, Rússia, Irão, Índia, os BRICS em geral, já adquiriram uma gravidade económica superior à dos países do G7, ou seja, aos EUA e seus indignos vassalos: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido. E quem diz influência económica também diz influência política, cultural (note-se a "desocidentalização" da antiga periferia colonial), diplomática e militar.

Acrescente-se a isso os claros indícios do declínio do poderio norte-americano, percebido até mesmo pelos mais fervorosos exegetas do imperialismo, na galáxia das novas tecnologias da informação, comunicação e robótica e a presença declinante do dólar na economia mundial para delinear os contornos de um novo sistema internacional pós-hegemónico e no qual o regresso à "diplomacia das canhoneiras" poderia tentar outros atores do sistema internacional a seguir o (mau) exemplo dos EUA.

Se a força bruta é agora o que rege o funcionamento das relações internacionais, que razões teria a China para esperar até 2049, quando se completará o primeiro centenário da Revolução, para reintegrar a província rebelde de Taiwan à jurisdição nacional? Por que não imitar os EUA e fazê-lo agora, aproveitando sua enorme superioridade militar e o fato de que Washington está envolvido em uma guerra cara e prolongada em sua própria vizinhança? Como reagiriam os EUA, atolados em uma guerra impossível de vencer na Venezuela, diante de tal movimento militar de Pequim? Retiraria as suas tropas da república bolivariana, numa fuga caótica como fizeram no Afeganistão, atravessando meio mundo para enfrentar o país que, segundo todos os documentos oficiais dos EUA, designam como uma entidade maligna e seu inimigo número um, o rival a ser derrotado? Ou Washington se limitaria a solicitar uma sessão urgente do Conselho de Segurança, o que provocaria uma gargalhada universal?

Porta-aviões USS Gerald Ford.

Enviaria às pressas o porta-aviões USS Gerald Ford novamente para o sul da Ásia, onde chegaria após duas semanas de marcha forçada? Apagaria com o cotovelo as suas décadas de apoio incondicional a Taiwan e jogaria no lixo os centenas de milhares de milhões de dólares transferidos para essa ilha como ajuda militar e económica? É conveniente que os assessores e especialistas da Casa Branca pensem nessas coisas antes de escalar a agressão contra a Venezuela.

O que Trump está ameaçando fazer ilumina a grande diferença existente entre a situação da Venezuela – por enquanto apenas ameaçada – e a da Ucrânia. Como assim? Washington está prestes a atacar militarmente um país que há dez anos sofre um bloqueio imposto por Barack Obama e que não representa qualquer ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. A Ucrânia, por outro lado, sofreu um golpe de Estado arquitetado pela administração Obama, que destituiu um governo legitimamente eleito e que contava com a bênção da União Europeia, que mantinha relações normais com Moscovo, e o substituiu por uma sucessão de governos neofascistas que, desde o primeiro dia, começaram a atacar a minoria russófona da Ucrânia.

Não só isso: a NATO, a maior organização criminosa do mundo (Noam Chomsky dixit), estava a tentar incorporar a Ucrânia nas suas fileiras, o que representava uma ameaça existencial à segurança nacional russa. Por isso, Moscovo não teve outra alternativa senão lançar a sua "operação militar especial", uma guerra preventiva diante dos sinais claros de agressão que vinham da Ucrânia, transformada num proxy dos EUA e da NATO. Como explicou de forma irrefutável John Mearsheimer, professor da Universidade de Chicago, "o argumento com o qual me identifico, e que é claramente a opinião minoritária no Ocidente, é que os EUA e os seus aliados provocaram a guerra".[4] Jeffrey Sachs, economista da Universidade de Columbia, defende esta mesma tese com muita informação adicional no vídeo que citamos abaixo.[5]

Nenhuma dessas condições se aplica ao caso venezuelano que, preciso reiterar, não prejudica em nada a segurança nacional dos EUA. Além das suas diferenças ideológicas e da atitude agressiva de Washington, o governo venezuelano nunca deixou de vender petróleo aos EUA. Por isso, tal como foi feito para legitimar a invasão e destruição do Iraque a partir de 2003, a Casa Branca recorre à invenção de uma história fantasiosa e falaciosa, uma narrativa ridícula segundo a qual o presidente Nicolás Maduro seria o chefe de um fantasmagórico "Cartel dos Soles", cuja existência é tão verdadeira quanto as "armas de destruição maciça" que supostamente existiam no Iraque, e que, nessa condição, está a condenar à morte dezenas de milhares de cidadãos norte-americanos.

Dadas todas estas considerações, seria bom que Trump prestasse atenção às declarações emitidas por Moscovo e Pequim, rejeitando a opção militar para resolver conflitos internacionais. A América Latina e as Caraíbas, disseram ambos, não são o quintal de ninguém. A arrogância de Trump, sobre quem pesam inúmeras acusações judiciais, às quais se juntou recentemente a de pedofilia, atiçaria a fogueira nos numerosos focos de tensão que colocariam o mundo em perigo perante uma possível escalada nuclear e que obrigariam Washington a lutar e sangrar em várias frentes de guerra.

Por exemplo, reacender a disputa entre a Índia e o Paquistão, duas potências atómicas menores, estimulada pelo exemplo dos EUA ao atacar a Venezuela. Ou a disputa interminável do sionismo israelense com os seus vizinhos, principalmente a Síria, a quem Telavive despojou dos cruciais Montes Golã, e da ajuda do Líbano e do Irão. Ou da República Democrática da Coreia, uma pequena potência atómica, contra a Coreia do Sul. As forças armadas do império se veriam diante de um acúmulo de conflitos que enfraqueceriam muito a defesa do próprio território norte-americano.

É sabido que o petróleo venezuelano, a maior reserva do mundo, exerce uma “atração fatal” sobre os administradores do império. Mas alguns assessores deveriam informar ao incompetente gabinete de Trump 2.0 que o resultado final de sua aposta na violência militar pode ser um Armagedom nuclear de proporções catastróficas e que ele deve cessar sua agressão militar contra a Venezuela e apostar na negociação diplomática, fazendo ouvidos moucos aos fascistas venezuelanos liderados por María Corina Machado, máxima cultora da violência naquele país, e aos discursos dos delinquentes de Miami que, liderados por Marco Rubio, desembarcaram em Washington cegos pelo seu ódio à Revolução Cubana e ao chavismo.

Informar também ao presidente que, num exercício de simulação realizado pelo programa "Ciência e Segurança Global" da Universidade de Princeton, concluiu-se que, em um conflito em que os EUA e a Rússia recorressem aos seus arsenais nucleares, "90 milhões de pessoas morreriam ou ficariam feridas apenas nas primeiras horas do conflito". [6]

E, nesse momento, nada importaria quem se apoderou do petróleo venezuelano, saudita ou de qualquer outro lugar, porque em poucas semanas a nuvem atómica resultante do bombardeamento nuclear acabaria com todas as formas de vida do planeta. Seria a primeira vez que uma guerra promovida pelos EUA longe de casa: na Europa, no sul da Ásia, no norte de África, teria como cenário sombrio as grandes cidades americanas.

Primeira, acrescentemos, e última vez, porque depois não haveria outra. Cabe aqui reproduzir a resposta que Albert Einstein deu a um jornalista que lhe perguntou se ele sabia como seria a terceira guerra mundial. Sua resposta poupa milhares de argumentos:   “Não sei como será a terceira guerra mundial, só sei que a quarta será com pedras e lanças.” Isso se sobrevivermos a vinte anos de inverno nuclear.

[1] Números em 9/novembro/2025.
[2] Ver "EUA continuam a sua tentativa de derrubar a Revolução Bolivariana da Venezuela", Boletim 45 (2025) do Instituto Tricontinental de Investigação Social.
[3] www.intelligence.gov/how-the-ic-works/...
[4] www.sinpermiso.info/textos/quien-causo-la-guerra-de-ucrania
[5] Veja a explicação detalhada de Sachs neste vídeo: www.youtube.com/watch?v=7x5enM9Mo4M
[6] Cf. www.elperiodico.com/es/tendencias-21/20220308/guerra-nuclear-tendria-horas-victimas-13338816

18/Novembro/2025

[*] Sociólogo, argentino.

O original encontra-se em www.lahaine.org/mundo.php/el-gobierno-de-trump-juega-con-fuego

Este artigo encontra-se em resistir.info

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Uma Nova Mina de Ouro (en) para Fornecedores de Armas

Do Tom Dispatch 

por William D. Hartung e Ashley Gate, 

Postado em

Donald Trump continua a ser um homem misterioso de algum tipo misterioso. Afinal, basta perguntar a si mesmo, por que no mundo ele só recentemente anunciou que este país iria retomar “imediatamente” os testes nucleares, não tendo testado uma arma nuclear – apesar de seu vasto arsenal – desde 1992? “Por causa de outros países testando programas”, escreveu ele (claro!) Verdade Social, “Eu instruí o Departamento de Guerra a começar a testar nossas Armas Nucleares em igualdade de condições. Esse processo começará imediatamente.” É certo que tal ideia tem estado no ar (se é que essa é mesmo a palavra para isso) há meses, mas agora o presidente tem isso em sua mente cada vez mais estranha, o que é ameaçador de fato.

Não importa, é claro, que usar o único local de teste nuclear disponível levaria pelo menos alguns anos de preparação e custaria centenas de milhões de dólares, ou que nenhum outro país testou recentemente uma arma nuclear, ou que um número significativo de democratas no Congresso está fazendo lobby para que ele abandone sua ideia “perigosamente provocativa”. Quando se trata da destruição deste planeta – seja atomicamente ou na moda da mudança climática – não há dúvida de que Donald Trump está na frente da sala de aula acenando com a mão como louco.

É claro que, como os frequentadores do Bill Hartung e Ashley Gate apontam hoje, ele há muito tempo é descontroladamente a favor da construção de um sistema de defesa nuclear “Golden Dome” que se provaria um benefício notável (e notavelmente caro) para as corporações do que ainda passa como a indústria de “defesa”, mesmo que não fizesse nada para o resto de nós. Deixe-os preenchê-lo nesse projeto de pesadelo do nosso momento e do presidente que parece ter a intenção de recriar uma corrida armamentista nuclear globalmente em um planeta que já tem problemas suficientes para lidar. Que pesadelo! Tom

Condenado, Não Abocado?

A Ira do Trapaceiro

O novo thriller nuclear de Kathryn Bigelow, A House of Dynamite, foi criticado por alguns especialistas por ser irrealista, mais notavelmente porque retrata um cenário improvável em que um adversário escolhe atacar os Estados Unidos com apenas um único míssil com armas nucleares. Tal movimento, é claro, deixaria o vasto arsenal nuclear americano em grande parte intacto e, portanto, convidaria uma resposta devastadora que, sem dúvida, destruiria em grande parte a nação do atacante. Mas o filme está surpreendentemente no alvo quando se trata de uma coisa: seu retrato da maneira como um interceptador de mísseis dos EUA após o outro erra seu alvo, apesar da confiança da maioria dos planejadores de guerra americanos de que eles seriam capazes de destruir qualquer ogiva nuclear que chegasse e salvar o dia.

Em um ponto do filme, um funcionário júnior aponta que os interceptadores dos EUA falharam quase metade de seus testes, e o secretário de defesa responde gritando: “Isso é o que US $ 50 bilhões nos compram?”

Na verdade, a situação é muito pior do que isso. Nós, contribuintes, sabemos ou não, estamos apostando em uma casa de dinamite, apostando na ideia de que a tecnologia nos salvará no caso de um ataque nuclear. Os Estados Unidos, de fato, gastaram mais de US $ 350 bilhões em defesas antimísseis desde que, há mais de quatro décadas, o presidente Ronald Reagan prometeu criar uma defesa à prova de vazamentos contra mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs). Acredite ou não, o Pentágono ainda não realizou um teste realista do sistema, o que envolveria a tentativa de interceptar centenas de ogivas viajando a 1.500 milhas por hora, cercadas por engodos realistas que dificultariam até mesmo saber quais objetos atingir.

Laura Grego, da União de Cientistas Preocupados, apontou que o sonho de uma defesa antimísseis perfeita – a própria coisa que Donald Trump prometeu que seu querido novo sistema “Golden Dome” será – é uma “fantasia” da primeira ordem, e que “as defesas antimísseis não são uma estratégia útil ou de longo prazo para defender os Estados Unidos de armas nucleares”.

Grego dificilmente está sozinha em sua avaliação. Um relatório de março de 2025 da American Physical Society descobriu que “criar uma defesa confiável e eficaz contra, mesmo [um] pequeno número de ICBMs com armas nucleares relativamente pouco sofisticados, continua sendo um desafio assustador”. Seu relatório também observa que “alguns dos principais desafios envolvidos no desenvolvimento e implantação de uma defesa antimísseis confiável e eficaz foram resolvidos, e... muitos dos problemas difíceis que identificamos provavelmente permanecerão assim durante e provavelmente além” do horizonte de tempo de 15 anos previsto em seu estudo.

Apesar da evidência de que não fará quase nada para nos defender, o presidente Trump continua no projeto Golden Dome. Talvez o que ele realmente tem em mente, no entanto, tenha pouco a ver com realmente nos defender. Até agora, o Golden Dome parece um conceito de marketing projetado para enriquecer os empreiteiros de armas e polir a imagem de Trump, em vez de um programa de defesa cuidadosamente pensado.

Ao contrário da lógica e da história, Trump afirmou que seu sistema supostamente à prova de vazamentos pode ser produzido em apenas três anos por US $ 175 bilhões. Embora isso seja uma séria mudança, analistas no campo sugerem que o custo provavelmente será astronomicamente maior e que o cronograma proposto pelo presidente é, educadamente, descontroladamente otimista. Todd Harrison, um respeitado analista de orçamento do Pentágono atualmente baseado no conservador American Enterprise Institute, estima que tal sistema custaria algo entre US $ 252 bilhões e US $ 3,6 trilhões em 20 anos, dependendo de seu design. A estimativa high-end de Harrison é mais de 20 vezes o preço fora de mão jogado para fora pelo presidente Trump.

Quanto à linha do tempo proposta pelo presidente de três anos, está muito fora de linha com a experiência do Pentágono com outros sistemas importantes que desenvolveu. Mais de três décadas depois de ter sido proposto como um possível caça de próxima geração (sob o apelido Joint Strike Fighter, ou JSF), por exemplo, o F-35, uma vez apontado como uma “revolução na aquisição militar”, ainda é atormentado por centenas de defeitos, e os aviões passam quase metade do seu tempo em hangares para reparo e manutenção.

Os defensores do projeto Golden Dome argumentam que agora é viável por causa de novas tecnologias sendo desenvolvidas no Vale do Silício, desde inteligência artificial até computação quântica. Essas alegações são, é claro, não comprovadas, e a experiência passada sugere que não há uma solução tecnológica milagrosa para ameaças de segurança complexas. Armas orientadas por IA podem ser mais rápidas para localizar e destruir alvos e capazes de coordenar respostas complexas como enxames de drones. Mas não há evidências de que a IA possa ajudar a resolver o problema de bloquear centenas de ogivas de voo rápido incorporadas em uma nuvem de chamarizes. Pior ainda, um sistema de defesa antimísseis precisa funcionar perfeitamente cada vez se for para fornecer proteção à prova de vazamentos contra uma catástrofe nuclear, um padrão inconcebível no mundo real de armamento e sistemas defensivos.

É claro que os empreiteiros de armas que salivam com a perspectiva de um dia de pagamento monstruoso ligado ao desenvolvimento do Golden Dome estão bem cientes de que a linha do tempo do presidente será literalmente insatisfeita. A Lockheed Martin sugeriu otimistamente que deveria ser capaz de realizar o primeiro teste de um interceptador baseado no espaço em 2028, daqui a três anos. E tais interceptadores baseados no espaço têm sido sugeridos como um elemento central do sistema Golden Dome. Em outras palavras, a promessa de Trump de financiar empreiteiros para construir um sistema viável de Golden Dome em três anos é PR ou talvez PF (fantasia presidencial), não planejamento realista.

Quem vai se beneficiar da cúpula dourada?

Os principais contratados da Golden Dome podem não ser revelados por alguns meses, mas já sabemos o suficiente para poder dar uma alflexão educada sobre quais empresas provavelmente desempenharão papéis centrais no programa.

O governo disse que o Golden Dome será construído com base em hardware existente e os maiores produtores atuais de hardware de defesa antimísseis são Lockheed Martin, Boeing e Raytheon (uma parte importante da RTX Corporation). Por isso, contem com pelo menos dois dos três. Empresas de tecnologia militares emergentes como SpaceX e Anduril também foram mencionadas como possíveis integradores de sistemas. Em outras palavras, um ou mais deles ajudariam a coordenar o desenvolvimento do Golden Dome e fornecer software de detecção e segmentação para ele. A escolha final para um papel tão extremamente lucrativo é menos do que certa, mas a partir de agora Anduril parece ter uma pista interna.

Mesmo após o rompimento do romance Donald Trump / Elon Musk, a indústria de tecnologia ainda tem uma forte influência sobre o governo, começando com o vice-presidente JD Vance. Ele foi, afinal, empregado e orientado por Peter Thiel de Palantir, o padrinho do recente surto de pesquisa e financiamento militar no Vale do Silício. Thiel também foi um grande doador para sua bem-sucedida campanha no Senado de 2022, e Vance foi acusado de arrecadação de fundos no Vale do Silício durante a campanha presidencial de 2024. Magnatas da tecnologia militar emergente como Thiel e Palmer Luckey, juntamente com seus financiadores como Marc Andreessen, da empresa de capital de risco Andreessen Horowitz, veem Vance como seu homem na Casa Branca.

Outros apoiadores de tecnologia militar no governo Trump incluem o vice-secretário de Defesa Stephen Feinberg, cuja empresa, Cerberus Capital, tem uma longa história de investir em empreiteiros militares e já está pressionando para reduzir os regulamentos sobre empresas de armas em linha com a lista de desejos do Vale do Silício; Michael Obadal, diretor sênior da empresa de tecnologia militar Anduril, que agora é vice-secretário do Exército; Gregory Barbaccia, o ex-chefe de inteligência e investigações do governo do governo. Agência para o Desenvolvimento Internacional enquanto poupa o Pentágono cortes significativos.

Alguns analistas prevêem uma luta de financiamento entre as empresas de tecnologia militar do Vale do Silício e as empresas Big Five (Boeing, General Dynamics, Lockheed Martin, Northrop Grumman e RTX) que agora dominam a contratação do Pentágono. Mas o projeto Golden Dome terá espaço para os principais jogadores de ambas as facções e pode provar uma área onde a velha guarda e a equipe de tecnologia militar do Vale do Silício se unem para fazer lobby pelo máximo financiamento.

As principais empresas de defesa e fabricantes de mísseis do país provavelmente terão acesso direto ao Golden Dome, já que o projeto deverá ter sede em Huntsville, Alabama, o “Pentagon do Sul”. Esse auto-descrito “Rocket City” abriga os EUA. Agência de Defesa de Mísseis e uma infinidade de empresas de defesa (incluindo Lockheed Martin, RTX, General Dynamics e Boeing). Também sediará em breve a nova sede da Força Espacial.

Embora Huntsville tenha sido um centro de defesa antimísseis desde os fracassados esforços de defesa do ICBM do presidente Ronald Reagan, o que torna essa colocação particularmente provável é o significado dos representantes republicanos de Huntsville no Congresso, particularmente o congressista Dale Strong. “O norte do Alabama desempenhou um papel fundamental em todos os antigos e atuais programas de defesa antimísseis dos EUA e, sem dúvida, será fundamental para o sucesso do Golden Dome”, explicou ele, tendo recebido US $ 337.600 em contribuições de campanha do setor de defesa durante o ciclo eleitoral de 2023-2024 e co-fundou o House Golden Dome Caucus.

Sua defesa do projeto se encaixa bem com o poder investido no presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara, Mike Rogers (também do Alabama), que recebeu US $ 535.000 do setor de defesa durante a campanha de 2024. O senador Tommy Tuberville, membro sênior do Comitê de Serviços Armados do Senado, e a senadora Katie Boyd Britt, membro do Senado Golden Dome Caucus, completam a delegação republicana do Senado do Alabama.

Muitos dos principais impulsionadores do Golden Dome representam estados como Alabama ou distritos que podem se beneficiar do programa. As bancadas do Congresso do Congresso de Golden Dome incluem numerosos membros de estados já enredados na produção de mísseis, incluindo Dakota do Norte e Montana, que abrigam ICBMs construídos e mantidos pela Northrop Grumman e Lockheed Martin, entre outras empresas.

Essas mesmas empresas de armas há muito doam generosamente para campanhas políticas. E só recentemente, para favorecer e provar-se digno dos contratos lucrativos do Golden Dome, Palantir e Booz Allen Hamilton se juntaram à Lockheed Martin na doação de milhões de dólares para o novo salão de baile do presidente Trump que é para substituir a devastada Ala Leste da Casa Branca. E espere mais demonstrações públicas de afeto financeiro de empresas de armas que aguardam o veredicto final do governo sobre os contratos do Golden Dome, que provavelmente serão anunciados no início de 2026.

O Ouro da Cúpula Dourada

O Golden Dome já está programado para receber quase US $ 40 bilhões no próximo ano, quando os fundos da “grande conta bonita” do presidente Trump e o pedido de orçamento do governo para o ano fiscal de 2026 forem levados em conta. O pedido de 2026 para Golden Dome é mais do que o dobro do orçamento dos Centros de Controle de Doenças e três vezes o orçamento da Agência de Proteção Ambiental, pilares essenciais de qualquer esforço para prevenir novas pandemias ou enfrentar os desafios da crise climática. Além disso, Golden Dome, sem dúvida, vai sifonar para o setor militar um número significativo de cientistas e engenheiros que, de outra forma, poderiam estar tentando resolver problemas ambientais e de saúde pública, minando a capacidade deste país de lidar com as maiores ameaças às nossas vidas e meios de subsistência para financiar um sistema de defesa que nunca será realmente capaz de nos defender.

Pior ainda, é provável que o Golden Dome seja mais do que apenas um desperdício de dinheiro. Também poderia acelerar a corrida armamentista nuclear entre os EUA, a Rússia e a China. Se, como é frequentemente o caso, os adversários dos EUA se preparam para os piores cenários, é provável que eles façam seus planos com base na ideia de que o Golden Dome pode funcionar, o que significa que eles aumentarão suas forças ofensivas para garantir que, em um confronto nuclear, sejam capazes de sobrecarregar qualquer nova rede de defesa antimísseis. Foi precisamente esse tipo de corrida armamentista ofensiva / defensiva que o Tratado de Mísseis Anti-Balísticos da era do presidente Richard Nixon foi projetado para impedir. Esse acordo foi, no entanto, abandonado pelo presidente George W. Bush.

Um aspecto não menos perigoso de qualquer futuro envolvendo o Golden Dome seria a criação de um novo conjunto de interceptadores baseados no espaço como parte integrante do sistema. Um interceptor no espaço pode realmente não ser capaz de bloquear uma enxurrada de ogivas nucleares, mas definitivamente seria capaz de tirar satélites civis e militares, que viajam em órbitas previsíveis. Se o acordo não dito para não atacar tais satélites fosse algum dia ser levantado, as funções básicas da economia global (para não falar dos militares dos EUA) estariam em risco. Não só os ataques a satélites poderiam levar a economia global a uma parada, mas também poderiam desencadear uma espiral de escalada que poderia, no final, levar ao uso de armas nucleares.

Se o sistema Golden Dome realmente fosse lançado (a um custo impressionante para o contribuinte americano), seu “ouro” enriqueceria ainda mais os empreiteiros de armas já bem-sucedidos, nos daria uma falsa sensação de segurança e deixaria Donald Trump se passar por o maior defensor deste país. Infelizmente, as fantasias morrem com força, então o trabalho número um em reverter o boondoggle do Golden Dome está simplesmente deixando claro que nenhum sistema de defesa antimísseis nos protegerá no caso de um ataque nuclear, um ponto bem feito por A House of Dynamite. A questão é: nossos formuladores de políticas podem ser tão realistas em sua avaliação da defesa antimísseis quanto os criadores de um grande filme de Hollywood? Ou isso é simplesmente pedir demais?

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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Caitlin Johnstone: Enterrando a verdadeira história de Epstein

Saiu no Consortium News. Algumas semanas atrás, testei o site de inteligência artificial - DeepSeek, perguntando sobre eventuais ligações do Epstein com o serviço de "inteligência" de Israel - o Mossad. Apesar de ser chinês, o DeepSeek me produziu duas respostas insistindo que o cara era apenas um criminoso sexual, que não havia indícios. Fiquei surpreso com a ênfase.


Ações

Às vezes, a maior notícia do dia é a que todos os principais meios de comunicação estão ignorando completamente. É interessante como muitas vezes tais instâncias envolvem o Estado de Israel.

Foto policial de Epstein. (Departamento do Xerife do Condado de Palm Beach, 2006/ Wikimedia Commons)

Por Caitlin Johnstone
Newsletter de Caitlin

O uma das coisas mais loucas que acontecem agora é como houve um relatório depois de um relatório confirmando que Jeffrey Epstein realmente era um agente de inteligência israelense, com base em documentos publicamente disponíveis, e ainda assim não teve nenhum impacto mensurável na grande mídia ou na política.

No último mês e meio, a Drop Site News publicou quatro reportagens sobre os laços de inteligência de Epstein sob as manchetes

Jeffrey Epstein Ajudou A Intermediar O Acordo De Segurança Israelense Com A Mongólia”,

Jeffrey Epstein and the Mossad: How The Sex-Trafficker Helped Israel Build a Backchannel to Russia Amid Syrian Civil War”

Jeffrey Epstein ajudou Israel a vender um Estado de vigilância para a Costa do Marfim”,

“Espião israelense ficou por semanas de cada vez com Jeffrey Epstein em Manhattan”.

No último artigo, Ryan Grim e Murtaza Hussein, do Drop Site, escrevem:

“Estamos deixados de se perguntar por que o resto da mídia, que não demonstrou falta de emoção quando se trata da saga de Jeffrey Epstein, de repente perdeu sua capacidade de reportagem, diante de resmas de documentos dignos de notícias disponíveis publicamente.”

Uma pergunta para os editores que leem este boletim: O que você está fazendo? De um lugar de competição, estamos felizes que a mídia esteja sentada em suas mãos coletivas e estamos orgulhosos de ter quebrado essa série de histórias, que nos dão um vislumbre de um mundo que muitas vezes está escondido da vista do público. Mas também é um tema que se beneficiaria da atenção coletiva de nossa mídia nacional. Aqui está esperando que alguns se juntem.”

Às vezes, a maior notícia do dia é o fato de que todos os principais meios de comunicação estão ignorando completamente uma grande notícia. É interessante como muitas vezes tais instâncias envolvem o Estado de Israel.

Foco apenas em Trump

Melhores amigos para sempre estátua, arte de protesto colocada anonimamente em Washington, DC, em 23 de setembro de 2025, e removida dias depois pelo Departamento de Parques dos EUA. (Joe Flood / Wikimedia Commons/CC POR 4.0)

A maneira como a imprensa tem coberto os laços de Epstein com Donald Trump, ignorando completamente revelações muito mais significativas dos laços de Epstein com a inteligência israelense, é um exemplo perfeito de como a mídia ocidental ignora qualquer coisa que não se encaixa perfeitamente na visão de mundo de dois partidos.

Se não há algum tipo de ângulo partidário que os democratas possam usar para atacar republicanos ou os republicanos podem usar para atacar os democratas, isso tende a ser visivelmente negligenciado.

O que acontece de se alinhar bem com os objetivos do império dos EUA.

O império não quer que as pessoas olhem muito atentamente para as coisas malignas que os EUA e Israel têm feito juntos, independentemente de quem está no cargo, então a imprensa ocidental tende a ignorar essas coisas sempre que possível.

O império não quer que as pessoas acompanhem quais países a máquina de guerra dos EUA está bombardeando de administração para administração, então a imprensa ocidental mantém essa informação tão silenciosa que a cada poucos meses eu verei um tweet viral de algum americano dizendo “Espere um segundo que temos bombardeado a Somália este tempo todo?” ou “Temos tropas no QUÊNIA??”

A esmagadora maioria dos abusos do império permanece em vigor, independentemente de qual partido político esteja no poder ou qual foi a plataforma de campanha do atual presidente dos EUA. Guerra. Genocídio. O militarismo. extração imperialista. capitalismo ecocida. desigualdade crescente. Pobreza. Sem-abrigo. militarização policial. A rede de vigilância em constante expansão. Censura. Propaganda. mentiras e opacidade do governo. Os crimes da aliança de inteligência imperial.

Todas as piores coisas sobre a nossa civilização distópica aqui na estrutura de poder que abrange o mundo que é vagamente centralizada em torno dos Estados Unidos continuam marchando para a frente completamente ininterrupta da presidência para a presidência, enquanto a mídia de massa os ignora e mantém o público fixado em disputas irrelevantes entre as duas principais facções políticas da América.

Isso ocorre porque os meios de comunicação de massa do mundo ocidental não existem para informar sobre as principais notícias de nossos dias. Eles existem para doutrinar, distrair e manipular. Não são serviços de notícias, são serviços de propaganda.

Adicionando mais alguns detalhes do alreadyjá bem de Trump – os laços de Epstein documentados com o ecossistema de informação despertarão muito interesse e atenção e monopolizarão o discurso político por um ou dois dias, mas não mudará nada.

O público americano que desenvolve uma repulsa universal em relação a Israel e seu envolvimento nos assuntos de seu próprio país, no entanto, teria consequências de longo alcance que poderiam mudar a face do mundo. É por isso que os serviços de propaganda do império estão se concentrando no primeiro e não no último.

 

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Este artigo é da Newsletter de Caitlin e republicado com permissão.

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