segunda-feira, 25 de setembro de 2017

A MÃO DO GRANDE IRMÃO DO NORTE

São cada vez maiores as evidências de que o declinante império americano esteve e está puxando as cordas do golpe no Brasil. A propósito, ler o recém lançado livro do historiador Alfred McCoy:  In the Shadows of the American Century: The Rise and Decline of US Global Power, para uma visão mais geral do processo que (também) nos afeta.

A estranha mudança de Janot após voltar de viagem aos EUA

Escrito por , Postado em Redação

Sempre encasquetei com o argumento que Janot usou, diante de um Eugênio Aragão perplexo com os desdobramentos autodestrutivos da Lava Jato.
Para justificar a estratégia de apocalipse e caos adotada pela Procuradoria Geral da República, disposta a destruir as maiores empresas nacionais em nome de um suspeitíssimo e partidário “combate à corrupção”, Janot explicou a Aragão (segundo relato deste) que “a Lava Jato é muito maior que nós”.
O que pode ser maior que a Procuradoria Geral da República, que, no Brasil, é certamente o órgão mais poderoso do país?
O procurador-geral, na terra do sabiá, é um ser virtualmente inatingível. Não há, constitucionalmente, ninguém que possa acusá-lo, investigá-lo, puni-lo.
O que pode, então, inspirar medo num procurador-geral da república?
Depois que Janot passou, há poucas semanas, pelo Wilson Center, think tank da CIA, onde deitou falação sobre processos em curso e detonou a classe política nacional, não tenho mais dúvida de que a frase de Janot para Aragão significava o que já estava à vista de todos, desde que ele, Janot, tinha passado a frequentar reuniões a portas fechadas com autoridades do Departamento de Estado e Departamento de Justiça do governo dos Estados Unidos: que a Lava Jato vinha sendo, cada vez mais, controlada pelo governo americano.
Em seu último artigo, Aragão volta a comentar sobre a mudança de comportamento de Janot: após voltar de uma viagem aos EUA, o procurador-geral desistiu de defender as indústrias brasileiras e aceitou entrar no jogo de destruição da Lava Jato.
“A Lava Jato é muito maior que nós”, disse Janot a Aragão.
Janot é muito pior do que um corrupto.
Um corrupto, a gente prende, pega seu dinheiro e acabou.
Um entreguista, um traidor, se estiver em posição chave na república, causa um prejuízo muito maior do que um corrupto: ele entrega todas as riquezas do nosso país a uma potência estrangeira.
E assim fez Janot.
Depois de fazer o jogo do golpe, Janot correu para os EUA para fazer o jogo do império.
É um traidor e um entreguista.
E essa história das delações dos irmãos Batista, também não me engana.
Os Batista eram a cabeça do maior império de carne do mundo. Um império de capital nacional.
Com a sua queda, e o subsequente desmantelamento da indústria brasileira de carne, a Lava Jato deu sequência a uma série de ataques ao empresariado nacional.
Um coxinha poderia rebater: não! a culpa é da corrupção.
Ninguém vai me convencer, porém, que Halliburton, Koch Industries, Shell, Chevron, Marathon, fundos como Black Rock, ou qualquer indústria norte-americana ou europeia, são um átimo mais honestas ou éticas do que as brasileiras.
Não são. A vantagem delas é que os seus respectivos governos e órgãos estatais são nacionalistas e prezam a soberania de seus países.
Aqui, por conta da intoxicação jogada na atmosfera pela Globo, as nossas instituições mais poderosas, mais bem pagas, mais estruturadas e organizadas, como são o Judiciário e o Ministério Público, cederam facilmente aos interesses imperialistas e jogaram o Brasil no caos.
A Lava Jato produziu um lucro extraordinário para o grande capital internacional, que agora está comprando o Brasil a preço de banana, sem contar a substituição da produção nacional de derivados de petróleo pela importação dos mesmos de refinarias norte-americanas, num processo de antidesenvolvimento só comparável ao assassinato de Delmiro Gouveia.

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