terça-feira, 4 de abril de 2017

NÃO FOI UMA DITADURA MILITAR ENTRE 1964 E 1985

Foi uma ditadura empresarial, no caso operada pelos militares brasileiros (não todos, mas o comando e a maioria).

Assim como o golpe em curso. É empresarial, hoje centrado no império mundial dos bancos. Os operadores são a mídia - em si parte das grandes corporações, mais partes majoritárias de aparelhos do Estado: o judiciário, o ministério público e as polícias, principalmente a polícia federal. 

Quando os governos do PT fortaleceram esses aparelhos, não lhes ocorreu que estavam aumentando poder sem contrapartida como mecanismos de responsabilização e controle públicos sobre o que foi sendo transformando em aparelhos corporativos, quistos de poder que podiam passar por cima da lei e da democracia.

Aconteceu o mesmo com as empresas públicas. Em vez de instituir mecanismos como contratos de gestão sujeitos ao escrutínio público, os governos de Lula e Dilma deixaram como estavam. Usaram essas empresas para barganhas políticas com os partidos da coalizão governamental - principalmente o PMDB - para preencher "quotas" de cargos, e para irrigar as campanhas eleitorais.

Uma consequência desse "corpo mole" foi que sob a esquerda, os desvios de dinheiro público e, como companheiros inevitáveis, os enriquecimentos ilícitos, se não cresceram (difícil roubar mais do que o fizeram os tucanos, principalmente com as privatizações), continuaram, mesmo que em escala menor.

As Federações dos Bancos, Comércios e Indústrias mamaram fartamente nos mecanismos corruptos. Como asseguraram que a mídia e o judiciários continuassem, como ao longo dos séculos deste aturdido país, a acobertá-los, têm conseguido continuar a manipular as massas ignaras, permanecem firmes e fortes, tolerando avanços e principalmente impondo retrocessos. Retrocessos nos direitos dos trabalhadores e no controle do país sobre seus recursos, como estão fazendo hoje.

As mídias sempre, os funcionários que deveriam servir ao público no judiciário hoje, são os operadores da ditadura atual. Mas o povo continua existindo, ele hoje é vítima, mas a consciência, a generosidade, a coragem existem. Só precisa que elas cresçam bastante, mas é bom, muito bom estar deste lado. 

E agir.

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