quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

AS FORMAS DE DOMINAÇÃO DO IMPÉRIO

Assim. Os Estados Unidos - aqui entendidos como o governo e as grandes corporações de lá, buscam uma "full spectrum dominance", ou uma dominação do mundo de espectro completo. Aqui já existe um dos mecanismos de exercer o poder, que é alterar a linguagem. Em vez de dizer total, eles dizem espectro completo, para evitar a óbvia ligação com a palavra e conceito de totalitarismo (o nazifascismo é cada vez mais lembrado para descrever nossos dias, nos EUA e no Brasil por exemplo). O escritor inglês George Orwell, em sua distopia 1984 chamou isso de Novilíngua (Newspeech).

O Império usa três formas de poder, que é necessário destacar para entender o que se passa, embora essas formas se sobreponham e entrelacem.

Poder militar, em que eles concentram metade dos orçamentos militares do mundo, e em que uma rede mundial de bases torna muito fácil e rápido atacar qualquer nação ou grupo social que não se comporte de acordo com os interesses das corporações estadunidense.

Poder suave, da palavra inglesa soft, basicamente os instrumentos de difusão da ideologia usada pelo Império para dominar. Inclui desde a propaganda de artigos de consumo e do "modo de vida americano", passando pelas produções de filmes e seriados que justificam e tornam naturais as manifestações violentas, através das forças militares, inclusive drones de assassinatos, ou de indivíduos que trabalham em favor do Império. Inclui também a produção e difusão de ideologias que justificam a dominação pelo Império - governo e corporações.

Poder oculto, que cresceu muito a partir das primeiras agências da CIA e suas afiliadas, como a USAID e a National Endownment for Democracy,  que ajudaram por exemplo a instalar as ditaduras de cunho militar nas décadas de 1960 e 1970 na América Latina. Hoje incluem "movimentos" como inúmeros no Brasil que recebem dinheiro por exemplo dos irmãos Koch dos EUA (por exemplo o MBL), que coordenaram a virada do congresso dos EUA para o partido republicano estadunidense. Esse poder oculto, que também cresce em grupos em parte anônimos nas redes sociais da internet, produz ideologias toscas de cunho fascistas, e mobilizam tropas de choque reacionárias para atuar nas cidades em todo mundo. A "primavera árabe" teve muito disso, e resultou no fim por exemplo no caos do Iraque e da Síria e principalmente da Líbia, todos berços dos movimentos muçulmanos fanáticos e terroristas, como a Al Qaeda e o ISIS, em meio a uma miríade de grupos da guerra santa (jihadistas).

Impossível entender o mundo atual sem procurar entender como atuam essas instâncias de poder do Império.

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