quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

SOBRE GROSSERIAS DO JOAQUIM BARBOSA

Joaquim Barbosa é um grosseirão. Nem seus admiradores negam. Aliás, os admiradores do tal ministro apreciam essa qualidade. Os relatos sobre violência doméstica, falsa abertura de empresa para sonegar impostos nos EUA, as incivilidades no supremo, fazem dele uma espécie de herói para um certo público. 

Mas essas grosserias não configuram crimes no sistema penal brasileiro. Pode-se propor um impeachment, pelas manobras que ele realizou em conluio com Roberto Gurgel e depois sozinho para esconder provas a favor dos réus do mentirão, e mais recentemente, para tentar negar direitos primeiro de José Genoíno e agora, reiteradamente, de José Dirceu. Mas esses malfeitos não dão prisão. 

Vou fazer um exercício de interpretação sobre os motivos do indigitado nessa perseguição a José Dirceu, que teve que ser estendida a vários outros petistas. Implicando em uma crítica a José Dirceu, que merece, sim, merece muito a crítica e o combate político, POLÍTICO.

O esforçado e erudito, principalmente ambicioso juiz Joaquim Barbosa pede audiência ao principal articulador do governo Lula para uma vaga no tal supremo. Dirceu ouve, mas solta um comentário sobre a indicação por critérios fora da competência e do mérito para a indicação. Depois, JB ouve que foi o escolhido para ser indicado por Lula por ser negro.   

Dirceu cometeu outra grosseria, com Roberto Jefferson, e esta nunca foi mostrada. Só sabemos que houve alguma coisa que deixou o então deputado muito ofendido. Provavelmente, ao negociar o apoio do partido de Jefferson, com os mecanismos habituais e herdados dos governos anteriores, Dirceu cometeu a impudência de não dourar a pílula. As compras se dão com a nomeação de políticos dos partidos que apoiam o governo para cargos no executivo, apoiando emendas parlamentares, coisas que a impoluta mídia sempre achou normais. Mas Jefferson acusou que vinha havendo troca de votos dos parlamentares por dinheiro, grana viva. Perdeu o mandato, cassado por essa acusação ter sido considerado falsa pela câmara dos deputados. 

Daí veio a mídia, que corroborou a alegação que a câmara tinha considerado falsa, os dois procuradores gerais que toparam, o relator Joaquim Barbosa, o presidente do supremo Aires Brito, e deu no que deu: Um julgamento injusto, com penas injustas. Mas não deixo de pensar que se o José Dirceu tivesse sido mais sensível e menos arrogante com dois pleiteantes, as coisas teriam se passado de maneira bem diferente, apesar do poder tóxico da mídia.

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