As estrofes finais de o Bêbado e a Equilibrista, de
João Bosco e Aldir Blanc:
A
esperança dança
Na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
Na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar
falam de Esperança de um modo não usual: dança na
corda bamba, e pode se machucar.
Nos dias de hoje é uma visão dessa coisa, a
esperança, que motiva a gente a permanecer de esquerda.
Mas esperança, será ela neste caso uma coisa boa?
Será que o show, ao invés de continuar, não deveria ser definitivamente
cancelado, para que algo realmente novo possa surgir?
Algo que finalmente comece a efetivamente aglutinar
pessoas para montar algo que permita finalmente iniciar o fim do capitalismo,
de suas rapinas, de sua opressão?
As esquerdas existentes acumulam, além de derrotas,
uma infinidade de falsos inícios.
Acredito que claramente qualquer lance novo na
Política irá passar por práticas que podem ir surgindo e se consolidando em
comunidades existentes, independente dos movimentos de resistência às formas
violentas que os agentes do capitalismo e do império têm assumido em todo o
mundo.
Prospectar essas práticas e formas de associação, avaliar
sua efetividade e dar força a elas, são tarefa que pode ajudar a ir montando as
novas formas de luta necessárias para enfrentar de fato o poder.
Para isso, pode ser uma boa ideia ir matando algumas
esperanças menores (sem violência, com debate!). Enquanto vai se tratando de criar
os elementos para uma esperança mais parruda.
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