Não é de
hoje.
O ambiente
político republicano, dentro de um quadro democrático em que todos têm direitos
iguais, pressupõe não só a ausência da tirania, mas também que a vontade de uns
só possa prevalecer com o consentimento de outros. Ou seja, se alguém perder
uma disputa política, ele aceita, porque essa disputa seguiu regras que ele já
havia aceitado.
Algum grau
de violência – imposição de vontade pela força - nunca deixa de ser usado. Mas
ela é circunscrita de modo a que os embates políticos sejam feitos de lutas
convencionais, em que o convencimento seja o que gera a decisão, que é social e
não de um tirano.
As armas: o
conhecimento, a sedução.
Agora, os
cachorros loucos: há os de direita, mas parece que estão a surgir avulsos, como
os coletes amarelos franceses.
Os de
direita eram bem poucos, e não apareciam muito. Então, em 2008, o Departamento
de Estado dos EUA chamou para atividades não esclarecidas alguns membros do
judiciário brasileiro, entre eles o juiz Sergio Moro e o procurador Delton
Dalagnol. Em 2013, começou a ofensiva coordenada entre a imprensa e mídia
comerciais e os setores do judiciário em torno da operação Lava Jato, contra o
PT e Lula.
A ofensiva
começou já com ataques grosseiros e antidemocráticos contra Dilma Rousseff: com
o baixo calão em estádios, com panelas sempre que havia pronunciamento dela na
TV, panelas e camisetas da CBF em manifestações pelo golpe, que na época foi
apelidado de impeachment.
E começaram
os ataques nas ruas contra quem carregasse cartazes ou usasse distintivos do PT,
ou mesmo simples camisas vermelhas. Chamo os indivíduos responsáveis por esses
ataques, assim como os que agrediram Guido Mantega em um hospital, os médicos
que divulgaram informações e seu ódio a Marisa Letícia ou Dilma, de cachorros
loucos.
Como os canídeos originais, parece que ao
pegar a doença, eles não largam mais. Alguns são mais radicais, como os
executores e os mandantes (ainda desconhecidos) do assassinato de Marielle
Franco, uns menos, como o grupo de brasileiros no aeroporto de Madrid, que ontem
decidiram agredir Dilma verbalmente. Mesmo sem contar a legião de alucinados e robôs digitais, esses orquestrados mais de perto pelo coiso e seus filhos.
Cachorros
loucos devem ser enfrentados.
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