terça-feira, 7 de junho de 2022

UMA VIAGEM A CUBA

Por Urariano Mota, de seu facebook e do site Vermelho. Eu, como o Urariano, ainda não fui pessoalmente a Cuba


Viagem a Cuba pelos olhos de um amigo

A realidade é sempre mais rica que a fantasia poética. Pude confirmar isso na viagem de um amigo e sua esposa a Cuba

Baudelaire, em “O convite à viagem”, nos fala de um país de nome Cocanha, aquela terra mitológica onde o sexo podia ser obtido livremente, o clima sempre era agradável, o vinho nunca terminava e todos permaneciam jovens para sempre. O texto fala de um país singular, “mergulhado nas brumas do nosso Norte, e a que poderíamos chamar o Oriente do Ocidente, de tal maneira nele se espraiou a ardente e caprichosa fantasia, de tal maneira ela o ilustrou, paciente e obstinada, com suas sábias e delicadas vegetações”.

Mas a realidade é sempre mais rica que a fantasia poética. Pude confirmar isso na viagem de um amigo e sua esposa a Cuba, aonde foram em lua-de-mel. Se lá não é o país mitológico da Cocanha, acreditem, leitores, é melhor assim. “Cuba foi algo além da minha imaginação”, o meu amigo me diz. “Por causa de tudo. Havana possui uma arquitetura conservada, histórica, do tempo da colonização espanhola. Vi crianças nas ruas, mas de fardas escolares, a fazer educação física nas praças”. Ao contrário do que a direita fala, ele andou por todos os lugares, livre, sem guia e sem medo de ser assaltado. Ruas limpas, sem lixo. E me contou do seu amor desde o desembarque no aeroporto. “Quando o avião pousou em Cuba, senti uma emoção muito grande”. Em Havana, todos gostam dos brasileiros. Ele, que conhece alguns países europeus me disse: “No Velho Mundo, fui discriminado. Em Havana fui querido. Eles me acolheram como a um irmão”.

E tão boas quanto as suas palavras, são as imagens que ele me enviou. Por seus olhos, me aproximei da memória de Ernest Hemingway, na Bodeguita del Medio.

Foto: Arquivo pessoal

Com os seus olhos atentos, vi um retrato de Che Guevara na parede da sala de uma casa.

Foto: Arquivo pessoal

Que flagrante belo!

O meu amigo e esposa foram ao Buena Vista Social Club. Ali, quando souberam que eles vinham do Brasil, cantaram e tocaram. Sob alegria, os músicos da banda Legendários del Guajirito interpretaram Aquarela do Brasil, como se vê no vídeo:

Onde, na Cocanha, eu poderia presentear um motorista de táxi com a camisa do Sport Club do Recife? O meu amigo fez isso por mim a um motorista baixinho, que possui a cara dos meus parentes. Prova maior não há de que todos somos irmãos. Como não dizer, neste gesto, que não estive em Cuba?

Foto: Arquivo pessoal

Numa feliz coincidência, as cores rubro-negras lembram para os cubanos o Movimento 26 de Julho, fundado em 1954 por Fidel Castro contra o ditador Fulgencio Batista. Olhem o Sport aqui

Foto: Reprodução

Por fim, com o meu amigo e sua esposa, fui à biblioteca do Centro de Información Antonio Rodríguez Morey, em Havana. Estive lá, como veem:

Foto: Arquivo pessoal

Na verdade, a esta hora ainda estou em Havana. Foi bom, foi ótimo ir a Cuba pelos olhos do amigo. Lá estive, estou e voltarei.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
 
 
 
 
 
 
 
 



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