Existem opções, por exemplo, de formas de produção mais sustentáveis que outras, por exemplo que usam menos energia, menos minerais cuja extração e transformação poluam menos e não retirem das gerações futuras condições que serão necessárias. Como o conceito poderia ser usado como ferramenta para quem quer proteger o meio ambiente mesmo que de forma limitada?
Aplicado o critério de proteger as futuras gerações, poderia se impor limites à exploração de recursos minerais - inclusive a água, à degradação da capacidade de regeneração pelos sorvedouros de poluentes, como o solo, as águas doces, as águas oceânicas, a atmosfera. Para isso é necessária uma força organizada da sociedade, ou seja, Estado.
Acontece que o Estado capturado pelo capitalismo, além de ser um organismo que vive um processo de degradação em sua capacidade de intervir nas atividades econômicas, nega-se a intervir, devido a essa mesma captura. Como se colocam as forças sociais em relação à degradação ambiental? Pode-se distinguir executivos de empresas de mineração, industriais e agrícolas, privadas ou estatais, que nessas questões se colocam mais ou menos da mesma forma; cidadãos diretamente afetados por processos agudos de degradação ambiental; as grandes coletividades, afetadas pela mudança climática, elevação do nível dos oceanos, degradação das águas e da atmosfera; funcionários de governos; políticos. E acadêmicos e profissionais de relações públicas.
Estes dois últimos grupos são atores privilegiados a pilotar a questão "sustentabilidade". Costumam envolver seus aparelhos de comunicação e de construção de conhecimento, como organizações não governamentais, publicações acadêmicas, grupos de pesquisas e de reflexão (os "think tanks"), burilando o conceito, apontando casos exemplares, confortando os bem pensantes e ajudando a legitimar empresas industriais, inclusive de petróleo, gás e carvão apontando seus gestos que compensariam assim sua razão de ser e forma normal de atuação.
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