Depois de formados, minha mulher, que fazia pós-graduação em
sociologia, foi colega de FHC, então professor na USP, em aulas do mestre Rui
Coelho. Reencontrou-o junto comigo, quando fomos convidados para um almoço na
chácara do jornalista e executivo de uma associação empresarial (a ABIFFA),
Manoel Gomes.
Não lembro se foi antes ou depois desse encontro que li no
estadão um artigo de FHC que me revoltou. Quando todos ao que se opunham à
ditadura estavam denunciando torturas e assassinatos, apareceu um curto artigo
dele, pedindo a conciliação, quase um congraçamento, da oposição consentida com
os detentores do poder.
No encontro na chácara do Gomes, que visava apresentar aos convidados
presentes a sua candidatura ao Senado pelo MDB, sentamo-nos com o “príncipe”.
Minha impressão imediata: um homem pomposo, falando de alto para baixo. Brandiu
sua estada na Inglaterra como um título perante o qual mortais comuns deveriam
talvez render homenagens. Não disse nada de substancioso. Como muitos outros
políticos ou candidatos a políticos que encontrei em minha vida, ele parecia
querer dizer: não preciso dizer a que venho, minha pessoa é suficiente. Acho
que é daí que veio o apelido (irônico, pessoal!) de príncipe.
Não sei como ele é com os amigos. Para mim, ficou sendo um
chato pomposo.
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