Traduzo neste título, e adapto às condições brasileiras, um
dos motes de uma eleição passada dos Estados Unidos, a de Bill Clinton contra George Bush pai: it`s the economy, stupid!
Eis o texto de um manifesto da coligação de direita que substitui
as candidaturas de Aécio Neves e Marina Silva:
PELA UNIÃO DAS OPOSIÇÕES
Apoiamos Aécio Neves porque a
sociedade brasileira quer mudanças. Porque é preciso dar um basta à conivência
com a corrupção e aos retrocessos que marcaram a ação do governo nos últimos
anos: a confusão entre partido e Estado e a cooptação de organizações da
sociedade civil. Porque a democracia requer valores republicanos e exige o
respeito às diferenças políticas, culturais e individuais. Apoiamos Aécio Neves
porque a estabilidade e o crescimento econômicos são condições indispensáveis
para que a redução das desigualdades seja efetiva, e a retomada do
desenvolvimento seja sustentável. Porque queremos que as pessoas realmente se
emancipem da ineficiência e das distorções dos serviços públicos, da pobreza
que amesquinha seus horizontes e da falta de acesso a direitos fundamentais em
áreas prioritárias como educação, saúde e segurança pública.
Assinavam até ontem à
noite, personalidades como Adriano Pires, Alexandre Schwartsman, Bolívar
Lamounier, Edmar Bacha, Eduardo Giannetti,Eduardo Portella Eduardo Viola
Everardo Maciel Flávio Dias Barbosa , Francisco Correa Weffort , Itiberê
Muarrek, Joaquim Francisco de Carvalho,José Álvaro Moisés, José Arthur
Giannotti, José Eli da Veiga, José Roberto Mendonça de Barros, Lucio Gomes
Machado, Paulo Francini , Pedro Malan, Philippe Reischtul, Roberto Macedo,Luiz
Felipe Lampréia, Marcilio Marques Moreira, Marcos Jank, Rubens Barbosa, Sergio
Besserman Vianna, Sergio Fausto, Sergio Mindlin, Shigueo Watanabe. Alguns que
sempre foram conservadores, outros que aderiram à direita mais recentemente.
Tem até amigo meu na lista. Uma parcela não desprezível eu conheci
pessoalmente.
O problema com este manifesto é que ele é, quando não se perde em abstrações, diversionista,
procura desviar da questão fundamental desta eleição, como tem sido em todas as
eleições recentes no Brasil: quem se apropria das rendas dos recursos naturais
e das rendas públicas, incluindo aí o dinheiro dos impostos e da previdência. O
verdadeiro programa da direita brasileira (como no resto do mundo) é favorecer
os rentistas – os que tratam de acumular riqueza se apossando de empresas antes
públicas pela privatização explorando-as como monopólios privados, os que
recebem juros da dívida pública, os bancos, que emitem moeda sem lastro, só
para a acumulação própria. Os donos do poder fazem isso há séculos neste país, o
que foi grandemente acelerado no governo de Fernando Henrique Cardoso e pode
voltar a acelerar.
Tem a Petrobras, para privatizar mais, o pré-sal para passar
a gerar renda para petroleiras estrangeiras em vez de saúde, educação,
infraestrutura, política industrial, segurança. Quando o capital internacional
estiver bem (mais) rico, eles proverão as necessidades de todo o mundo. Tem a corrupção boa, das propinas e lobbies das
corporações e governos dos grandes irmãos do norte, que a mídia e imprensa
comerciais escondem em baixo do tapete.
O povo, ora o povo, que espere o bolo crescer e gerar as migalhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário