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SEG, 05/09/2016 - 09:33
ATUALIZADO EM 05/09/2016 - 09:56
Jornal GGN – Vinte e seis jovens foram presos ontem antes,
durante e após a grande manifestação pela volta da democracia. A polícia
militar de Geraldo Alckmin está criminalizando jovens que não estavam fazendo
nada mais que defender a volta do que lhes foi tirado, o direito a que
respeitem seu voto e sua luta pela democracia. A polícia militar veio
truculenta, comeu pelas beiradas e deixou sua marca. Agrediu um jornalista da
BBC, devidamente identificado como imprensa, bem como a população. O grande
espetáculo foi feito quando a GloboNews aportou na manifestação. Daí tudo foi
ficando claro: jogaram para a mídia.
Leia o relato urgente que corre pelas redes
sociais, denunciando a situação dos 26 jovens e, a seguir, os vídeos postados
nas redes sociais com a identificação dos autores.
URGENTE
Doze horas após a detenção, temos enfim as
primeiras notícias concretas: os 26 jovens serão presos por associação
criminosa e corrupção de menores, e passarão a noite no DEIC.
Eduardo Suplicy, Paulo Teixeira e Nabil Bonduki
estiveram aqui e conversaram com os detidos: o grupo maior (21 jovens) se
reuniu num ponto de encontro no Centro Cultural Vergueiro antes da
manifestação. Foram cercados aproximadamente às 15h por policiais com armas
letais e detidos por estarem supostamente portando pedras nas mochilas - coisas
que eles negam. Um deles diz que nem tinha mochila, e que plantaram uma barra
de ferro ao lado dele. Os materiais encontrados foram: máscara de gás, gaze,
vinagre, bandanas. Eles negam ser adeptos da tática black bloc, sendo que uma
das meninas fazia parte de um grupo novo de socorristas de protestos. Um dos
detidos nem sequer estava indo para a manifestação - Felipe Ribeiro estava na
biblioteca do CCSP fazendo um trabalho de faculdade. Os pais estão há horas na
porta e não conseguiram falar nenhuma vez com o delegado.
Do total de 26 detidos, 5 são adolescentes e irão
para a Fundação Casa. Os demais farão uma audiência de custódia amanhã e irão
para a Penitenciária.
Mas isso tudo são informações
"desencontradas", pois o delegado não veio em nenhum momento falar
com a imprensa sobre a investigação e as acusações, nem deu a lista dos
detidos. Os pais estão desesperados na porta da delegacia, sem saber o que
fazer. O delegado permitiu que os pais dos adolescentes os vissem, mas não
puderam conversar com eles.
E pior ainda não é isso: na delegacia, durante as
cerca de oito horas em que os detidos ficaram completamente incomunicáveis,
colheram depoimento dos adolescentes sem advogado presente e os fizeram
assinar. (Os advogados ainda não tiveram acesso a esse documento.) Também
"entrevistaram" os maiores de idade sem advogados presentes - sendo
que os advogados estavam esperando na porta para serem atendidos desde as seis
da tarde.
Como se não bastasse, muitos dos detidos ainda não
puderam entrar em contato com os pais para avisar que foram detidos. Há dois
membros dos Advogados Ativistas presentes e mais uns três advogados
particulares, e alguns jornalistas que não tiveram acesso a nada. O delegado
está "convicto" da acusação e não há nada que os advogados possam
fazer.
Quem puder compartilhar essas informações, por
favor faça. A situação é absurda.
da BBC Brasil
do Jornalistas Livres
por Laura Capriglione
JOVENS DETIDOS ANTES DA MANIFESTAÇÃO ESTÃO
INCOMUNICÁVEIS
Hoje, o comando da Polícia Militar deu ordem para que todos os
manifestantes detidos na manifestação Fora-Temer na Avenida Paulista fossem
levados ao Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), uma
delegacia especializada em investigar o crime organizado.Antes mesmo da manifestação, por volta das 16h30, 21 jovens foram detidos pela PM no Centro Cultural São Paulo. Em seguida, às 17 horas, outros seis jovens foram detidos na Paulista. No total, são 27 jovens detidos, sendo 10 adolescentes.
Todos eles estão há mais de 8 horas na delegacia com celulares apreendidos e sem comunicação com a família. Agora há pouco, cerca de meia-noite do domingo, o ex-senador Eduardo Suplicy, o deputado federal Paulo Teixeira e o ex-secretário municipal da cultura Nabil Bonduki chegaram ao Deic para entender o que está acontecendo.
Os Jornalistas Livres estão na porta do Deic e aguardam esclarecimentos sobre o caso. Os jovens permanecem presos.
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