Produtores rurais promoveram bloqueios em rodovias, diz líder de
caminhoneiros
A paralisação de
caminhoneiros que bloqueia estradas em todo o País desde semana passada
virou um jogo de empurra. Sem liderança definida, a manifestação contra a alta
do preço do diesel se transformou em um problema que já afeta a economia de diversas
regiões.
Nesta quarta-feira (25), em entrevista
ao R7, o presidente do MUBC (Movimento União Brasil Caminhoneiro), Nélio
Botelho, disse que a iniciativa partiu de produtores agrícolas.
— Essas manifestações não são
originárias dos caminhoneiros. Isso é promovido e organizado pelos produtores
rurais do País. Quando eles decidiram fazer essas mobilizações, pediram o apoio
dos caminhoneiros aos diversos sindicatos agregados e filiados ao Movimento
União Brasil Caminhoneiro. A orientação que nós demos foi de que nós
apoiaríamos qualquer mobilização da melhor forma possível. Eles, inclusive,
colocaram tratores e máquinas nas rodovias e começaram a convencer os
caminhoneiros a pararem.
O MUBC representa cerca de 1,2 milhão
de caminhoneiros e, em 2013, foi responsável por uma onda de paralisações
semelhante. Segundo Botelho, a ideia começou a ser posta em prática em Mato
Grosso e se espalhou para Estados do Sul, Sudeste e demais regiões do País.
— Com a safra em plena colheita, os
grandes produtores, principalmente de grãos, já têm a produção toda vendida
para o exterior, com preços já definidos. Como o transporte é quase todo de
caminhão, e aí entra o diesel, isso pesa nos custos deles.
Belquer da Silva Lopes, presidente do
Sindicato Rural de Tupancrietã, Jari e Quevedos — que representa a região que
mais produz grãos no Rio Grande do Sul —, admite que alguns agricultores
colocaram máquinas, mas nega que tenham sido os idealizadores da paralisação.
— Eles vieram nos pedir apoio. Os
produtores estão apoiando o movimento, estão participando, botando máquinas.
Mas, em conjunto, negociando para que liberem a passagem de algumas cargas,
principalmente os perecíveis e ração.
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