A perigosa política
acadêmica do "publish or perish" impostas em nossas universidades que
buscam reconhecimento internacional através de "ranks" direcionados
pela mídia, que buscam desmoralizarem as instituições públicas em favorecimento
das entidades privadas orientadas para o lucro. Caso não tenha conhecimento do
assunto, ler documentos e artigos publicados neste mês de abril de 20014 do
"Chronicles of Higher Education" a respeito do desmantelamento do
sistema de ensino público da Califórnia, incluindo UC Berkeley e UCLA, através
de políticas neoliberais. Que investidor seria atraído a colocar recursos num
sistema com 400mil estudantes e apoiador da pesquisa básica em todos os campos
de conhecimento? É importante saber que Harvard, Yale, Princeton, Columbia e
existem bem antes da secessão de 1861 e os EUA era um simulacro de país,
injusto e criminoso cujas façanhas eram a destruição dos nativos, a manutenção
da escravidão e da discriminação contra os negros, a tomada da Califórnia, Novo
México e Texas do México e sim, o velho oeste cujos "heróis" (ao
contrário da visão passada por Hollywood), eram dominados por covardes,
sanguinários, assassinos e corruptos nas nascentes cidades do oeste.
A realidade mudou quando Lincoln implantou o
ensino universitário público através do projeto Land Grant College em 1865. A
ciência, a educação, a pesquisa desinteressada (objetivando apenas a pesquisa
aplicada de interesse dos capitalistas-mercantilistas na época. UC Berkely, U
Michigan, (todos os estados foram agraciados com essas universidades e cujo
objetivo principal foi a instalação do ensino da agricultura e da mecânica, que
não eram contemplados nas velhas e elitistas universidades privadas. O modelo
foi alemão, implementado pela casa de Hoheslen do reino da Prússia em 1790 com
a instalação da primeira e importante "Universidade Técnica de
Braunschweig" no Estado da Baixa Saxônia, e daí que se modelou a mais
importante universidade técnica americana, privada mas orientada pela lei Land
Grant : o MIT. A Partir daí sim, foi que os EUA se desenvolveram e são o
importante país que se conhece até hoje.
Portanto não foi isso de
publicações em periódicos "comerciais" como denunciado por "full
professors" da UC Berkeley na "Chronicles of Higher Education"
em várias edições em 2013. Os periódicos exploram gratuitamente os
pesquisadores e cobram caríssimas subscrições das universidades. Tanto que a
administração Obama baixou diretivas executiva para acesso gratuito da
população a artigos científicos resultantes de pesquisas patrocinadas com
recursos públicos pelo governo. As editoras estavam cobrando por acesso
individualizados via internet. Ou seja elas, as editoras, estavam
sobrefaturando em e forçando o governo pagar multiplamente por pesquisas que o
mesmo governo fundeou e cujos pesquisadores publicam em periódicos sem serem
remunerados. Para esclarecimento e ao contrário do que publica a mídia
nacional, o poder público norte americano é responsável financeiramente por
mais de 80% dos investimentos em pesquisas nas universidades de classificação
Carnegie do grupo I (NB, são investimentos e não gastos públicos). E voltando,
para as editoras o negócio como um todo é a galinha dos ovos de ouro. O negócio
girava em torno de 20 BILHÕES de dólares a favor das editoras em 2012.
A mídia brasileira é
sacana e não divulgou nada a respeito desse assunto e que saiu em várias
edições do NY Times em 2912-13. A imprensa nacional ao divulgar os
"ranks" internacionais trabalha contra as nossas universidades
públicas e desmoralizam os corpos docentes, abraçadas por direções desastrosas
em várias delas como a que ocorreu na USP nos mandatos da Reitora Suely e do
Reitor Rodas. E isso é que provoca publicar de qualquer jeito, qualquer coisa.
Chega, leiam o "The
Chronicles of High Education" para evitarem ser enganados por
desconhecimentos e falsas notícias. A CAPES gasta um dinheirão com as revistas
eletrônicas e que pesquisadores e pós-graduandos enriquecem as editoras tidas
como "Quality" que alguém DESINTERESSADAMENTE escolhe como tal.
No início foi publicado um primeiro paper nos
anos de 1670, reportando detalhadamente resultado de pesquisa, um tipo de
relatório formatado como IMRAD (Introduction, Methodology, Results &
Discussion) até hoje em dia. Era um modo das universidades divulgarem entre si
resultados de suas pesquisas e eram apresentados em Congressos Científicos na
época. Posteriormente cada uma das universidades desejavam cópias para formar
os próprios acervos. Tudo era gratuito e disponibilizado ao público interessado
em várias bibliotecas universitárias e nacionais de cidades da velha Europa do
"Sacro Império Romano do Ocidente". O "Império do Oriente"
estava nas mãos dos Otomanos desde 1453 (final da idade média) que durou até
1920 após o final da 1a. Guerra. Por fim, a cobrança de publicações ao corpo
docente é contra o interesse nacional: da população, do governo, dos
pesquisadores, e dos estudantes. Uma melhor política seria economicamente
recomendável a utilização de edições impressas ao invés do modelo de negócio
favorável às editoras através de revistas eletrônicas na internet.
A internet foi
desenvolvida em 1956 para melhorar a comunicação através dos computadores do
Departamento de Defesa dos EUA no projeto ARPANET. Durante a "Guerra
Fria". Posteriormente a Arpanet foi ampliada para ligar todos os
computadores da Defesa, dos laboratórios nacionais: Los Alamos, Lawrence
Livermore, Argone, Oak Ridge, Sandia e alguns da NASA numa rede com os
computadores das universidades do grupo I da classificação Carnegie. A ideia era
favorecer aos pesquisadores as trocas de relatórios que deviam estar
classificados (secretos). . Com isso tudo o objetivo era selecionar quem
poderia ter acesso e ao mesmo tempo eliminar os elevados custos provocados
pelas teles da época, principalmente a AT&T (Bell). Mas o problema era de
uma unica rede (net), pois computadores de fabricantes diferentes com sistemas
operacionais diversificados não conversavam entre si. Ou seja, as mensagens
saiam do computador de um laboratório do governo, entrava no computador da rede
telefônica da Bell e era encaminhada ao computador de uma determinada
universidade. Era o caos! Eureka! Foi desenvolvido um protocolo: TCP/IP que
resolveu a questão e a internet estava inaugurada no âmbito do projeto Arpanet
e envolvendo selecionadas universidades e laboratórios da região da NATO (OTAN).
Em que coisa toda custou ao governo ( o povo pagou) 40 BILHÕES de dólares e não
houve recursos privados que trabalhou no projeto mas recebeu recursos do Pentágono
para tanto.
Em 1980, com o final da "Guerra
Fria", o governo Reagan desclassificou a internet tornando-a grátis e
acessível ao público das universidades, já que quem pagava as contas dos gastos
das universidades com a rede para discussões e comunicações acadêmicas era o
governo, inclusive as pesquisas nas universidades privadas. Lançados os
microcomputadores pela IBM em 1984 como PC e rodando sob o sistema operacional
IBM/DOS desenvolvido sob contrato com a nascente Microsoft, houve uma restrita
popularização no meio acadêmico.
Enquanto isso, no
"Lincoln lab" do MIT, foi desenvolvido o X-Windows, uma interface
gráfica para utilizar o computador, facilitando a interação com o usuário. Na
mesma época, a Intel lança o processador intel-386 com capacidade de
processamento gráfico e a Microsoft adaptou o projeto X-Windows para os PCs:
lançando o Windows-3, não aconteceu o Windows-2 porque na época era comum pular
numeração para significar versão mais avançada. Então a internet atingiu o
grande público ainda das universidades e das grandes corporações ligadas ao
setor de TIs. Com as substituições de chaveamentos eletrônicos nas centrais de
analógicos para digitais e respectivas desregulações da telefonia na área da
OCDE, além da desconstrução da poderosa MaBellL (AT&T, em várias empresas
denominadas BabyBells) a entrada do grande público na rede tornou possível
através de modems. Mas os serviços disponíveis eram de emails gratuitos através
de provedores pagos na linha do público em geral. O grande tchan ocorreu em
1998 com o lançamento do protocolo HTML(editor gráfico) para construção e
manipulação páginas em ambiente Windows nos PCs e x-Windows nos Apple, mas a
interação era apenas unidirecional para visualização. Após 2005, com o HTML5 e
o XMS rodando em ambiente Android e OSi o grande público, no mundo inteiro, foi
conquistado e o smartphone se tornou a ferramenta mais moderna para navegação
na internet. Portanto um grande caminho foi trilhado para disponibilizar ao
grande público acesso à internet de modo gratuito, neutro e privado através de
milhões de colaboradores voluntários pelo mundo afora.
Lembrar que pela
publicação da lei do marco zero da internet, mostra como no Brasil pretende-se
tornar a internet grátis, neutra e privada já que no modo atual é totalmente
controlada pelos interesses dos EUA através do backbone em Miami e a rede
acadêmica é controlada pelo backbone de Chicago no Argone National Laboratory.
Ou seja, a internet é bastante volátil, você tem tudo e ao mesmo tempo pode não
ter nada. Os datacenters estão localizados nos EUA em serviços como google,
facebook, e miríades de outros o que possibilita a não privacidade por bisbilhotamento
pelos serviços de inteligências e de empresas. Agora, ad editoras quem foram
radicalmente contra o desenvolvimento da internet durante esses longos anos de
desenvolvimento, e com ajuda de mídias coloniamente neoliberalizantes,
incentivam esses rankeamentos desastrosos que, além disso, beneficiam países de
língua inglesa como se fosse um mantra. Esquecem a Rússia que entre outros
predicados é a única mantendo a logística para o laboratório internacional
espacial, que envolve custos e muita, mas muita mesma tecnologia. Tecnologia
não é coisa e sim pessoas, bem preparadas academicamente e em boas
universidades. Bem, as universidades russas como a de São Petersburgo e de
Moscou estão desaparecidas dos ranks, assim com as alemãs como as: RWTH na
Renânia do Norte-Vestfalia, U T Braunschweig na Baixa Saxônia, detentora de uns
seis prêmios Nobel, a UT Munique, UT Berlin. Sem esquecer as "Grand Ecoles"
da França como A Escola Politécnica, a Escola de Minas, a Universidade de Paris
entre outras. O exemplo vai por aí afora. Agora, de tudo isso se pode concluir
que quem está pagando a conta toda é esse professor da USP, que é sim: vítima
da situação.
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